Datas: Kane Tanaka, Donald Baechler e Orlando Julius
A mulher mais velha do mundo, a estrela da pop art e o pai do afrobeat
A japonesa Kane Tanaka tinha paladar infantil. Na sua festa de aniversário de 119 anos, em janeiro passado, saboreou refrigerantes e chocolates, dois de seus vícios alimentares preferidos. Nada que a tenha prejudicado em demasia em sua extensa vida, que testemunhou, entre tantos eventos históricos, duas grandes guerras e duas bombas atômicas lançadas sobre o seu país, o Japão. Além de duas pandemias, a da gripe espanhola e da Covid-19. A festa de aniversário da mulher mais velha do mundo, de acordo com o Guinness World Records, foi animada.
Compareceram novos amigos e familiares, que registraram a celebração nas redes sociais. Sem falar muito, a célebre moradora de Fukuoka, no norte da Ilha Kyushu, ao sul do arquipélago japonês, encantava todos ao seu redor. Depois das comemorações, no entanto, o corpo muito frágil da senhora Tanaka começou a dar sinais de fadiga. Ela foi internada pelos familiares várias vezes no principal hospital da cidade. Morreu de causas não reveladas em 19 de abril. A pessoa mais idosa do mundo, agora, é a freira francesa Lucile Randon, de 118 anos.
A segunda onda da pop art
No início dos anos 1980, Nova York viu brotar um grupo de artistas que pareciam desenhar como crianças e, na verdade, estavam recontando a história da arte. Bebiam do cotidiano, especialmente de peças de propaganda, para montar colagens e desenhos de imenso impacto e muita popularidade. Houve quem comparasse o trabalho daquela turma, que invadia as galerias do East Village, com a pop art de Andy Warhol. Tudo parecia um tanto figurativo, mas era profundamente abstrato. Uma das estrelas daquela geração era o artista plástico Donald Baechler, parceiro de Jean-Michel Basquiat e Julian Schnabel. Baechler morreu em 4 de abril, aos 65, em Nova York, de infarto.
O pai do afrobeat
Atire a primeira pedra quem nunca levantou da cadeira com o afrobeat, o estilo musical que mescla música de origem iorubá, africana, com jazz e funk, de batida marcada. Um dos nomes mais relevantes dessa escola foi o nigeriano Orlando Julius. Saxofonista e vocalista, ele começou a chamar atenção nos anos 1960 — sem ele não haveria a grande estrela internacional das canções nigerianas, o multi-instrumentista Fela Kuti (1938-1997). Uma de suas obras-primas dançantes é o álbum Disco Hi-Life, de 1979. Julius morreu em 14 de abril, aos 78 anos, em Ilesa, na Nigéria, de causas não reveladas pela família.
Publicado em VEJA de 4 de maio de 2022, edição nº 2787