MORRERAM
Luiz Melodia, cantor e compositor carioca. Nasceu no berço do samba, o Morro de São Carlos, no bairro do Estácio, onde surgiu a primeira agremiação carnavalesca da história, a Deixa Falar. O gênero o acompanhou desde cedo: aos 8 anos, frequentava, com o pai, rodas de partido-alto, seresta e choro. Melodia, porém, não se restringiu ao estilo. Suas composições traziam elementos de baião, jazz, blues e rock. No início dos anos 70, enfronhou-se no movimento tropicalista. A experiência resultou na gravação de Pérola Negra por Gal Costa. Os três primeiros álbuns que lançou (Pérola Negra, de 1973; Maravilhas Contemporâneas, de 1976; e Mico de Circo, de 1978) reúnem o melhor de sua produção, com clássicos como Magrelinha e Juventude Transviada. Como intérprete, deu nova vida a faixas como A Voz do Morro, de Zé Keti, e Negro Gato, de Getúlio Cortes. Dia 4, aos 66 anos, em decorrência de complicações de um câncer de medula óssea, no Rio. Seu corpo foi velado na quadra do Estácio.
Sam Shepard, ator e dramaturgo americano. Escreveu mais de quarenta peças teatrais, além de contos, ensaios e roteiros cinematográficos — como o de Paris, Texas (1984); o filme, dirigido pelo alemão Wim Wenders, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Nascido em Illinois, como Samuel Shepard Rogers III, adotou o nome artístico quando se mudou para Nova York, na década de 60. Teve seu primeiro momento de consagração aos 36 anos, em 1979, ao vencer o Pulitzer de Melhor Drama pela peça Criança Enterrada. Seria indicado outras duas vezes ao mesmo prêmio, por Oeste Verdadeiro (1983) e Louco de Amor (1984), e ao Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em Os Eleitos (1983), de Philip Kaufman. Dia 30, aos 73 anos, de complicações da esclerose lateral amiotrófica, no Kentucky, Estados Unidos.
Maurício Segall, museólogo e economista berlinense, filho do artista plástico lituano Lasar Segall (1891-1957), ambos radicados no Brasil. Em 1967, Maurício, ao lado do irmão, Oscar, criou o Museu Lasar Segall (MLS), na capital paulista. A instituição preserva obras de seu pai, de caráter expressionista. Maurício dirigiu o MLS desde a fundação até 1997. Durante a ditadura militar, auxiliou na fuga de amigos perseguidos, levando-os, de carro, para o Uruguai. Dia 31, aos 91 anos, de causa não divulgada, em São Paulo.
Archimedes Messina, compositor paulistano, criador da música Silvio Santos Vem Aí, para o programa do apresentador, e de cerca de 400 jingles. Em 2001, recebeu uma indenização de Silvio Santos pelos direitos de sua composição. Dia 31, aos 85 anos, após a ruptura de um vaso sanguíneo do fígado, em São Paulo.
Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2017, edição nº 2542