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Carta ao Leitor: Marcas que ficam

Um ano depois, a facada em Bolsonaro segue tendo efeitos tanto físicos quanto no plano das conspirações

Por Da Redação Atualizado em 6 set 2019, 09h00 - Publicado em 6 set 2019, 06h30

A história mundial é repleta de episódios em que a política foi influenciada por atos de extrema violência. Momentos como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, ou o assassinato de John Kennedy, em 1963, repercutiram de forma marcante no panorama brasileiro e americano mesmo décadas depois dos incidentes. Há um ano, após um longo período sem eventos dessa natureza, o país assistiu incrédulo a uma tentativa de assassinato que trouxe (e ainda traz) consequências para a vida política nacional. No dia 6 de setembro de 2018, como já ocorrera em tantas outras cidades durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro, do PSL, desfilava em Juiz de Fora (MG), carregado nos ombros por seus apoiadores. Misturado à multidão que aplaudia o então candidato, o desempregado Adélio Bispo de Oliveira aproximou-­se dele e desferiu-lhe uma facada na altura da barriga. Com o intestino grosso e o delgado perfurados, Bolsonaro perdeu 2,5 litros de sangue e passou por duas cirurgias de emergência — escapando da morte por pouco e praticamente encerrando ali sua participação na campanha.

Naquele momento, o capitão liderava as pesquisas, com 22% dos votos. Mas o horário eleitoral gratuito havia apenas começado, e o tempo de que Bolsonaro dispunha nele era restrito, enquanto os adversários, com muito mais minutos, começavam a fazer críticas pesadas à sua postura sobre diversos temas, em especial os políticos e os de costumes. Talvez Bolsonaro fosse eleito de qualquer forma, com ou sem a interferência daquele flagrante de intolerância. É inegável, porém, que a visibilidade do atentado e o papel de vítima de um crime lastimável ajudaram a reforçar o seu desempenho nas urnas — e a barrar uma possível ascensão de opositores. Um de seus pontos fracos, por exemplo, não apareceu durante a disputa: suas atrapalhadas falas. Depois do ataque, Bolsonaro não compareceu a nenhum debate presidencial. Apesar disso, foi eleito com folga por 57,7 milhões de votos, um contingente de brasileiros que estava cansado do modelo petista, baseado em desvios e desgoverno.

Capa de VEJA: o então candidato, de fato, quase morreu (VEJA/VEJA)

Um ano depois, a fatídica facada segue provocando efeitos — tanto físicos como no terreno da teoria das conspirações. Neste domingo, 8, o presidente se interna para submeter-se a mais uma cirurgia. Desta vez, para a correção de uma hérnia originada a partir da perfuração na barriga. No plano político, a facada ainda gera muitas controvérsias. Bolsonaro, por exemplo, tem certeza de que Adélio Bispo não agiu sozinho, mesmo que a investigação da Polícia Federal diga o contrário. Do outro lado, de forma absolutamente irresponsável e leviana, o líder petista Lula lança dúvidas sobre o ocorrido, insinuando que tudo seria uma armação para favorecer o então candidato do PSL. Nesta edição, que marca a primeira efeméride do episódio, VEJA relembra as circunstâncias da tentativa de assassinato, suas consequências, e apresenta novidades: mostra detalhes inéditos sobre a cirurgia pela qual o presidente passou, traz uma entrevista exclusiva com seu médico e revela a vontade de Bolsonaro de estar frente a frente com Adélio Bispo para lhe cobrar explicações. Assim como o suicídio de Getúlio, o atentado a faca sofrido por Bolsonaro, embora não tenha terminado em morte, continua influenciando a cena política atual. E, pelo visto, deve assombrar o debate eleitoral por algum tempo.

Publicado em VEJA de 11 de setembro de 2019, edição nº 2651

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