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Carta ao Leitor: A ameaça asiática

Movido a investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, avanço chinês tem sido tão sólido que provocou uma reação do outro lado do mundo, nos EUA

Por Da Redação Atualizado em 4 out 2019, 10h16 - Publicado em 4 out 2019, 06h00

Por seu tamanho e história, uma das mais antigas da humanidade, a China sempre exerceu um poderoso fascínio na civilização ocidental. Os primeiros relatos europeus escritos sobre o país, As Viagens de Marco Polo, no fim do século XIII, logo se transformaram em sucesso, influenciando a política, a economia e até a cartografia da época. Mapas foram produzidos com base nas histórias do livro. Na obra, além de detalhar o funcionamento da complexa monarquia chinesa, o comerciante veneziano descrevia uma sociedade sofisticada, com técnicas agrícolas avançadas. Já naquele tempo, o país era um império poderoso e próspero, bem como um relevante parceiro comercial das nações ocidentais via Rota da Seda. Na dinastia Ming, que começou em 1368, houve um retrocesso. Incomodada com invasões de povos vizinhos, a China, a nação mais desenvolvida daquele período, tomou a decisão estratégica de se isolar do resto do mundo. Foi um desastre. A pobreza e a miséria se alastraram pelo país, mal que o comunismo, no século XX, intensificou.

Em 1978, quase trinta anos após a revolução, deu-se uma virada. Depois de um longo tempo no ostracismo, Deng Xiao­ping (perseguido por Mao Tsé-tung até a sua morte, em 1976) assumiu o governo e promoveu reformas econômicas em várias frentes: agricultura, indústria, comércio, ciência e área militar. O país então abraçou um sistema híbrido de governo, em que a ditadura socialista exercia com mão de ferro sua vontade na política mas permitia uma economia de mercado aberta a investimentos estrangeiros e dentro da lógica capitalista. Deu muito certo. A China começou a crescer a taxas elevadas, chegando a 14% ao ano em 2007, e diminuiu sua pobreza, tirando milhões de pessoas do campo e transferindo-as para as cidades. Pouco a pouco, a nação asiática transformou-se em uma superpotência e no segundo maior PIB do mundo (atrás apenas dos Estados Unidos).

Durante boa parte desse período de crescimento, no entanto, o país era visto como um paraíso das cópias, lugar em que as inovações mais avançadas do Ocidente eram apenas replicadas em produtos de baixíssima qualidade. Essa China ficou para trás. Hoje, ela está na vanguarda de diversas tecnologias, que vão da telefonia celular 5G à exploração espacial, passando pelo sistema de pagamentos block­chain. Movido a vultosos investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, o avanço chinês tem sido tão sólido que provocou uma reação do outro lado do mundo, nos EUA. Assustado com a supremacia chinesa em setores estratégicos, Donald Trump deu início a uma batalha comercial com o líder chinês Xi Jinping, uma disputa que prende a respiração do mundo inteiro. Nesta edição, VEJA publica uma reportagem para explicar o que tanto assusta o presidente americano. Nossos repórteres mostram uma sociedade altamente tecnológica, com um objetivo claro: tornar-se a primeira e mais desenvolvida economia do planeta. Não seria a primeira vez em seus quase 5 000 anos de existência.

Publicado em VEJA de 6 de outubro de 2019, edição nº 2655

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