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‘Vou estar por aí”, diz Lula em seu penúltimo discurso no Rio

No Sambódromo, em homenagem organizada pelo governador Sérgio Cabral, presidente volta a se comparar a Getúlio, e diz querer mostrar que sabe sambar

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2024, 12h01 - Publicado em 20 dez 2010, 22h55

“Nunca ninguém me convidou para colocar o dedão na areia de Copacabana. Me convidem para colocar um sungão bonito, vocês não imaginam a minha vontade de sentar na barraquinha, pedir uma caipirinha ou uma cerveja, sem medo da imprensa”

“Até outro dia. Não pensem que vou desistir. Vou estar por aí”. Assim terminou o terceiro discurso do presidente Lula em sua turnê de despedida, no Rio de Janeiro. No Sambódromo, ciceroneado pelo governador Sérgio Cabral, que em noite de lua quase cheia encarnou um animadíssimo locutor de quermesse (“Com a palavra, o mais popular, o mais querido presidente da história do Brasil!”), Lula fez seu mais empolgado discurso do dia.

Sem fazer referência explícita às denúncias de corrupção ou à crise do mensalão, disse ter sido vítima de mais uma tentativa de “truncar o mandato de um presidente da República eleito democraticamente pelo povo”. E fez bravata em torno de um encontro com os senadores Renan Calheiros e José Sarney. “Fui a uma reunião com Sarney e Renan e disse: ‘Avisem aos que querem me derrubar que não vou me matar como Getúlio (Vargas), nem fazer como João Goulart (na verdade, o presidente referia-se a Jânio Quadros, que renunciou à presidência). Eles vão ter que me derrotar nas ruas deste país.”

Pela primeira vez em muito tempo, o presidente voltou a tratar Fernando Collor de Mello como adversário, lembrando que “esse povo foi induzido a votar num desconhecido em 1989. E o que aconteceu no Brasil todos sabem”. E afirmou que, em relação a seu governo, “a história vai julgar se tudo o que aconteceu foi verdade, o que foi inventado, quem está mentindo e quem não está mentindo.”

O show capitaneado por Sérgio Cabral foi uma megaprodução. Em três telões, sucediam-se depoimentos de homens e mulheres exaltando a melhoria de sua vida sob o governo Lula (e Cabral, claro). Moradores de favelas, trabalhadores da indústria, professores. Martinho da Vila cantou “Liberdade, liberdade” (abre as asas sobre nós, samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense de 1989), arrancando lágrimas do presidente, que aproveitou para avisar que estará de volta já no carnaval de 2011.

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“Eu que nunca pude demonstrar o quanto sei sambar, porque era presidente, agora vou poder mostrar no próximo carnaval.”

O “até breve” do presidente incluiu promessas ainda mais heterodoxas. “Nunca ninguém me convidou para colocar o dedão na areia de Copacabana. Me convidem para colocar um sungão bonito, vocês não imaginam a minha vontade de sentar na barraquinha, pedir uma caipirinha ou uma cerveja, sem medo da imprensa”, concluiu.

A noite de Lula será curta. Na terça-feira, às 9h30m, ele desembarca no Complexo do Alemão para a viagem inaugural do teleférico que só ficará pronto em março. Será o encerramento de sua turnê carioca. Isso se não mudar de ideia e acabar decidindo voltar ao Rio para o lançamento da logomarca dos jogos olímpicos de 2016. No último dia de seu governo.

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