Vitória de Tarcísio em SP foi aposta certeira de Gilberto Kassab
Cacique do PSD apostou suas fichas no ex-ministro da Infraestrutura, que nunca havia disputado uma eleição
Conhecido nos bastidores por sua habilidade para fazer acordos e seu tino para antecipar para onde vão os ventos da política, o ex-ministro e presidente do PSD, Gilberto Kassab, confirmou sua fama de “oráculo político” com a eleição do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo neste domingo, 30. Freitas está com 55,3% dos votos até agora (com quase 93% das urnas apuradas), contra 44,6% de Fernando Haddad (PT).
Kassab anunciou o apoio a Tarcísio, um novato na política, no início de julho, um mês antes do início da campanha oficial. Conseguiu emplacar o candidato a vice na chapa, Felício Ramuth (PSD). Em outros estados, como Minas Gerais, Bahia e Amazonas, diferentemente, o PSD manteve alianças com o PT. Nacionalmente, o partido de Kassab liberou seus filiados para apoiarem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).
Antes de dar seu tiro certeiro com Tarcísio, entretanto, Kassab fez algumas apostas que não vingaram — o que fez estremecer sua fama de vidente. Tentou a todo o custo levar para seu partido o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (que acabou se filiando ao PSB para ser vice de Lula) e chegou a lançar a pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), à Presidência da República — numa pré-campanha que durou poucos meses e, na prática, nunca existiu de fato.
Além de São Paulo, com a vice, o PSD também saiu vitorioso nas eleições para o Senado — terá em 2023 a segunda maior bancada, com onze senadores. Já na Câmara, o partido perdeu quatro cadeiras — passando de 46 para 42 deputados.