Vargas, mulher e irmão são denunciados por lavar R$ 480 mil
Ministério Público acusa ex-petista e familiares de adulterarem compra de imóvel para ocultar propina obtida em publicidade da Caixa e da Saúde
O ex-deputado petista André Vargas, sua mulher, Eidilaira Soares, e o irmão dele Leon Vargas foram denunciados à Justiça pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um imóvel de luxo em Londrina, interior do Paraná. Esta é a segunda acusação formal contra Vargas no âmbito da Operação Lava Jato – desde maio, ele já respondia por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
De acordo com os investigadores, Vargas e seus familiares teriam ocultado 480.000 reais na compra de uma casa registrada pelo vendedor pelo preço de 980.000 reais. A mulher do ex-petista assinou um compromisso de compra no valor de 500.000 reais – daria entrada de 20.000 reais, seguida de uma parcela de pouco mais de 303.500 reais e do financiamento dos 176.500 restantes.
A “manobra” serviu para lavagem de capitais obtidos pelo ex-parlamentar por meio do esquema de corrupção em contratos da publicidade da agência Borghi/Lowe com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. Prestadores de serviço subcontratadas pela agência pagavam uma comissão (bônus de volume) de 10% do valor dos contratos a Vargas, a mando da Borghi/Lowe.
Por orientação do publicitário Ricardo Hoffmann, ex-diretor da agência em Brasília (DF), os bônus eram depositados em contas bancárias de duas empresas de Vargas e de seus irmãos Leon e Milton Vargas, Limiar Consultoria e Assessoria e LSI Soluções em Serviços Empresariais. A Polícia Federal e o Ministério Público constataram que as duas empresas eram de fachada e serviam apenas para recebimento de propina.
Em maio, Hoffmann e os irmãos do ex-deputado, Leon e Milton Vargas, também foram denunciados e passaram a responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
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