O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insiste que não vai deixar o posto, conquistado com o apoio de uma ampla maioria de deputados em fevereiro deste ano. Em meio à determinação de se sustentar no domínio da Casa, o peemedebista teve uma quarta-feira marcada por vaias e aplausos. Enquanto concedia uma entrevista à imprensa, foi surpreendido por gritos de um grupo de manifestantes que cobrava a sua imediata renúncia. As vaias foram logo emendadas por gritos de ‘Fora, Dilma’, e a confusão se instalou no principal salão da Câmara. O peemedebista, ainda que visivelmente constrangido, continuou respondendo às perguntas dos jornalistas e, em seguida, classificou a manifestação como “democrática”. De lá, seguiu diretamente para um evento realizado pelo PMDB em sua homenagem: recebeu uma foto na galeria de ex-líderes da legenda. Ainda que seja uma prática comum do partido, o ato serviu como um desagravo a Cunha. Mas os afagos logo foram interrompidos por outra má notícia: a divulgação de uma nota assinada pelo presidente do PDT, partido com dezenove deputados, que pede o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Apesar de mais visíveis, os movimentos ‘Fora, Cunha’ ainda são minoria na Casa. Nos bastidores, governistas e opositores ainda dão sustentação ao peemedebista. (Marcela Mattos, de Brasília)