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‘Único insubstituível sou eu’, diz Bolsonaro sobre Paulo Guedes

Em entrevista ao 'Jornal Nacional', da TV Globo, presidenciável comparou relação com seu escolhido para comandar a Economia a um casamento

Por Da Redação
Atualizado em 29 ago 2018, 10h47 - Publicado em 28 ago 2018, 22h05
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  • O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 28, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que o “único insubstituível” em um governo seu seria ele mesmo. A afirmação do presidenciável se deu após ele admitir que seu escolhido para um superministério da Economia, o economista Paulo Guedes, poderia deixar sua gestão em caso de conflitos. Bolsonaro ressaltou, contudo, que “duvida” que haveria problemas entre ele e Guedes.

    Questionado sobre se seria um “refém” nas mãos de um ministro tão poderoso, Bolsonaro fez sua alusão preferida para se referir a Guedes, o “casamento”, citou o divórcio entre os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes e declarou que, caso o economista deixasse seu governo, “paciência”.

    “É parecido com um casamento. Estou namorando Paulo Guedes há um tempo e ele a mim também. Nós [Bolsonaro e Bonner] somos separados. Até o momento da nossa separação não pensamos em uma mulher reserva. Se isso vier a acontecer, por vontade dele ou minha, paciência”, respondeu Bolsonaro.

    Após citar novamente a separação de Bonner, Bolsonaro ressaltou que não se “divorciaria” de Paulo Guedes “por capricho”. “[William] Bonner, quando nós casamos, eu com minha esposa e você com a sua, nós juramos fidelidade eterna, mas aconteceu um problema no meio do caminho. Duvido que, pelo que conheço do Paulo Guedes, que esse descasamento venha, que esse divórcio venha. O único insubstituível nessa história sou eu, troca todo o ministério. Fora isso, se por ventura acontecer, pode ter certeza, não será por um capricho meu ou capricho dele”, disse Jair Bolsonaro.

    Indagado sobre sua posição a respeito da igualdade salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho, o candidato do PSL repetiu que não tomaria medidas para influenciar os empregadores porque a CLT “já garante” equiparação salarial aos gêneros nas mesmas funções. “Por que o Ministério Público do Trabalho não age? Eu não tenho ingerência no Ministério Público do Trabalho. Isso está na CLT, é só a mulher denunciar que o Ministério Público do trabalho vai atrás do assunto”, afirmou.

    O candidato ainda provocou os entrevistadores dizendo que, entre William Bonner e Renata Vasconcellos, “com toda certeza há uma diferença salarial”.

    A jornalista, então, rebateu: “Eu poderia como cidadã, e como qualquer cidadão brasileiro, fazer questionamentos sobre os seus proventos porque o senhor é um funcionário público, deputado há 27 anos, e eu, como contribuinte ajudo a pagar o seu salário. O meu salário não diz respeito a ninguém. E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções que eu”, afirmou Renata.

    Conforme o expediente do Jornal Nacional, Renata Vasconcellos é apresentadora e editora-executiva, enquanto Bonner, além de apresentar, também ocupa o cargo de editor-chefe do programa.

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    Sobre Segurança Pública, Jair Bolsonaro voltou a defender que seja dado um “excludente de ilicitude” a policiais e agentes de segurança que participarem de operações contra criminosos armados. Com a medida, o presidenciável propõe que os agentes não sejam responsabilizados pelas mortes, mas “condecorados”. “Ele entra, resolve o problema, e se matar dez, quinze ou vinte com dez ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado e não processado”.

    Bolsonaro ainda destacou que “se não atirar, não vai resolver nunca”. “Como você tem que tratar essas pessoas? Pedindo pra levantar as mãos, dá uma florzinha pra ele ou atirar? Você tem que atirar, se não atirar não vai resolver nunca”, disse ele.

    Ao final da entrevista no Jornal Nacional, assim como na sabatina ao canal Globonews, no início de agosto, Jair Bolsonaro citou trecho do editorial em que Roberto Marinho, fundador do Grupo Globo, defendeu o golpe militar de 1964. No bloco seguinte, com a entrevista já encerrada, William Bonner leu uma nota da emissora que cita um editorial publicado pelo jornal O Globo em 2013, com um mea-culpa sobre o texto de Marinho.

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