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Uma omissão na extensa lista de criticados por Arthur Lira

Deputado já responsabilizou diferentes auxiliares do presidente por problemas na articulação política, mas até aqui, em público, poupa Lula

Por Daniel Pereira Atualizado em 8 Maio 2024, 12h51 - Publicado em 27 abr 2024, 11h11

Desde o início do terceiro mandato de Lula na Presidência da República, o deputado Arthur Lira (PP-AL), comandante da Câmara, reclama da articulação política do governo. Ele alega que acordos não são cumpridos e que as disputas de poder entre ministros atrasam as nomeações e liberações de verbas combinadas com os congressistas.

O primeiro alvo das críticas de Lira foi o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Chamado de “trator” quando começou a dar expediente em Brasília, o ministro teve sua demissão sugerida pelo presidente da Câmara a Lula ainda no primeiro semestre do ano passado, como o próprio parlamentar admitiu numa entrevista.

Hoje, os dois têm uma boa relação, tanto que a indicação de Lira para comandar a Caixa foi encaminhada a Rui Costa, e não ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Desafeto da vez

Principal responsável pela articulação política do governo, Padilha é agora o alvo prioritário de Lira, que o chamou recentemente de incompetente e desafeto pessoal. Se dependesse do presidente da Câmara, Padilha já teria sido substituído pelo líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), mas Lula não aceita fazer a troca.

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Grupo político do qual Lira é expoente, o Centrão trabalha desde sempre para assumir o Ministério da Saúde, chefiado por Nísia Trindade. O bloco parlamentar reclama de lentidão na liberação de recursos pela pasta, das regras baixadas para permitir o desembolso dos valores indicados por deputados e senadores e culpa Padilha, padrinho da indicação de Nísia, pelas dificuldades enfrentadas. A crise entre as partes está longe de terminar.

Na última semana, Lira acrescentou mais um nome à lista de criticados: o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido). O motivo foi o adiamento da sessão que analisaria os vetos presidenciais. O deputado não queria o adiamento e credita a decisão — tomada pelo do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que chefia o Legislativo — à atuação de Rodrigues.

Sujeito oculto

Um dos parlamentares mais poderosos do país, Lira quase nunca abandona a pregação contra a articulação política. O deputado muda os destinatários das queixas, mas sempre poupa, em público, Lula. Em conversas reservadas, no entanto, ele costuma dizer a aliados o que realmente pensa. Nelas, sobram reclamações sobre a tímida participação do presidente nas negociações com o Congresso e sua negligência diante dos desentendimentos entre os ministros.

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