Trinca de ministros faz pente-fino em passado de candidatos ao STJ
Três vagas estão abertas, sendo duas a serem preenchidas por desembargadores. Votação está agendada para 23 de agosto

Dos atuais trinta ministros que compõem o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a presidente da Corte Maria Thereza de Assis Moura tem feito uma espécie de sabatina informal com cada desembargador que bate à porta de seu gabinete em campanha para ser escolhido para uma das duas vagas a serem preenchidas por magistrados de tribunais de justiça estaduais. Mas uma trinca de ministros – formada pelos três juízes mais antigos do tribunal, Francisco Falcão, Nancy Andrighi e Laurita Vaz – tem atuado em uma missão mais sensível.
Cabe aos três fazer uma espécie de pente-fino na vida pregressa de cada um dos 59 desembargadores que se apresentaram para o cargo, vasculhando pontos fracos, contendas judiciais privadas e até menções em delações premiadas. Eventuais descobertas não são fatores eliminatórios em si, mas deverão ser compartilhadas com os demais integrantes da Corte. Ao contrário do Supremo Tribunal Federal (STF), cujo preenchimento de vagas é de livre escolha do presidente da República, no STJ os integrantes do próprio colegiado fazem uma votação secreta para escolher uma lista a ser apresentada ao chefe do Executivo.
No dia 23 de agosto o tribunal deve se reunir para apontar quatro opções de nome a serem levados ao presidente Lula. Os escolhidos ocuparão as vagas abertas com a aposentadoria de Jorge Mussi e com o falecimento de Paulo de Tarso Sanseverino. Na mesma data será enviada ao Palácio do Planalto a lista feita pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com os seis candidatos a ministro, posto a ser preenchido necessariamente por um advogado.