O presidente Michel Temer (PMDB) fez um breve pronunciamento após a Câmara dos Deputados decidir pelo arquivamento da denúncia por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Temer disse que o resultado “não é uma vitória pessoal”, mas o classificou como uma “conquista do estado democrático de direito, da força das instituições e da própria Constituição”. O relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que pedia para o plenário enterrar a acusação, foi aprovado por 263 votos contra 227. Vinte e um parlamentares estiveram ausentes e dois se abstiveram de votar.
“O poder da autoridade, tenho repetido com muita frequência, emana da lei. Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia. Todos devem, vou dizer o óbvio, obedecer à lei e à Constituição. São os princípios do direito que nos garantem a normalidade das relações pessoais e institucionais. Hoje, esses princípios venceram com votos acima da maioria absoluta na Câmara dos Deputados”, afirmou Temer.
O peemedebista afirmou que usará o apoio manifestado na Câmara para seguir adiante com as reformas que pretende aprovar. Embora tenha superado a contagem da oposição, o governo acreditava que venceria a denúncia com cerca de 300 votos.
“É diante dessa eloquente decisão que posso dizer que, agora, seguiremos em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou, convenhamos, há pouco mais de um ano”, afirmou Temer. “É urgente colocar o país nos trilhos do crescimento, da geração de empregos, da modernização e da justiça social.”
O presidente aproveitou a ocasião para propagandear feitos de seu governo e prometeu tocar “outras reformas estruturantes” no segundo semestre. “O crescimento, que começou, virá. Aqueles que tentam dividir os brasileiros erram. Isso eu digo sem medo de errar. Todos nós somos brasileiros, filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres. O objetivo do meu governo é fazer um Brasil cada vez melhor.”
Temer, que deverá ser alvo de uma segunda denúncia da PGR, disse querer “construir, com cada brasileiro e brasileira, um país melhor, pacificado, justo, sem ódio ou rancor”. “Nosso destino inexorável é ser um grande país, portanto, é preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores. É hora de atravessarmos juntos a ponte que nos conduzirá ao grande futuro que o Brasil merece.”