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‘Sou apenas um militante’, diz José Dirceu sobre relação com novo governo

Em 2003, o petista assumiu a Casa Civil na primeira gestão de Lula. Vinte anos depois, diz que restou apenas uma história em comum entre ele e o presidente

Por Leonardo Caldas
Atualizado em 6 jan 2023, 10h08 - Publicado em 6 jan 2023, 06h00

É verdade que o senhor atuou firmemente na campanha eleitoral do presidente Lula? Ajudei apenas como cidadão, como todos ajudaram. Não participei da coordenação de campanha e não vou participar do governo. Sou apenas um militante.

O que representa o terceiro mandato do presidente Lula? A retomada do fio da história. Desde 2003, o Brasil vinha construindo uma alternativa de soberania nacional, de projeto de desenvolvimento e se tornou o epicentro de distribuição de renda através de ações sociais. Lula integrou o Brasil à América do Sul e ao mundo. Tudo isso foi perdido nesses últimos anos. Perdemos muito.

“Perdemos muito” significa exatamente o quê? Os temas voltam agravados. Tivemos a destruição da saúde, educação, cultura e da ciência e tecnologia. O que foi feito com a cultura foi brutal. O abandono de qualquer projeto político de desenvolvimento e uma política externa que levou o Brasil ao isolamento total. Mais grave ainda foi o descaso com o meio ambiente e a tentativa de implantar uma ditadura no país.

Qual a sua relação com o presidente Lula? Nós temos uma história em comum. Eu fiquei quatro anos e meio preso, praticamente interditado de 2013 a 2019, assim como ele. Evidentemente, não temos a mesma relação que tínhamos antes. Mas estamos no mesmo projeto e no mesmo partido.

O tema corrupção, ao que parece, foi deixado de lado pelo presidente. Como essa questão deve ser tratada? Como nós trabalhávamos antes. Foi o nosso governo que criou as condições para o Ministério Público, para a Procuradoria-Geral da República e Advocacia-Geral da União investigarem. Tudo isso foi construído nos nossos governos, inclusive a legislação. O problema da corrupção não é somente do Estado e do governo. A corrupção também está na iniciativa privada, na sociedade. A sociedade precisa se reeducar.

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A queda do critério técnico para a escolha dos dirigentes das estatais não facilita a corrupção? Há exageros. Se observarmos certas estatais, temos a obrigatoriedade de cinco anos de atividade, mas a pessoa foi governadora, ministro da Indústria e Comércio. Foi ministro da Fazenda e não pode porque não tem experiência? Isso extrapola o razoável.

Qual sua opinião em relação à ausência do ex-presidente Bolsonaro e do ex-vice no ato simbólico da passagem da faixa presidencial? Não é novidade nenhuma. Eles são isso. Não respeitam as instituições democráticas.

Publicado em VEJA de 11 de janeiro de 2023, edição nº 2823

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