PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Sob Lula, as bancadas ‘BBBs’ continuam a demonstrar força

Parlamentares planejam derrubar os vetos do presidente ao projeto de marco temporal e travam debates de temas como aborto e legalização da maconha

Por Daniel Pereira Atualizado em 28 out 2023, 22h49 - Publicado em 28 out 2023, 22h49

Uma reportagem da nova edição de VEJA conta como setores que ganharam musculatura durante o mandato de Jair Bolsonaro mantêm protagonismo no governo Lula, mostrando força no Congresso e influenciando ações do Executivo e do Judiciário. Entre eles, as chamadas bancadas BBBs, expressão pejorativa criada pela esquerda para se referir a ruralistas, evangélicos e armamentistas — ou boi, bíblia e bala, os três ‘bs’ da sigla.

Com 303 dos 513 deputados e 41 dos 82 senadores, a bancada ruralista já anunciou que tentará derrubar os vetos do presidente Lula ao projeto aprovado pelo Congresso que restitui o marco temporal. O governo sabe que a chance de ganhar a disputa no voto é mínima e, por isso, tenta uma solução negociada com os parlamentares, até para evitar que eles obstruam as pautas da Câmara e do Senado, impedindo a votação dos projetos considerados prioritários pelo ministro Fernando Haddad. Entre a agenda econômica e a defesa dos direitos dos indígenas, Lula opta, sem qualquer dúvida, pela primeira opção.

Pragmático, o presidente tem evitado se envolver com pautas progressistas que enfrentam resistência também dos evangélicos. Para não comprar briga com o grupo, Lula ordenou à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que dissociasse o governo de uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, aprovada em julho, que defendia a legalização do aborto e da maconha no Brasil. Esses temas, segundo ordem do petista transmitida a assessores, não são da alçada do Executivo, mas do Legislativo.

A força dos BBBs influencia até o Judiciário. Apesar de ser simpático à ampliação das hipóteses legais de aborto, o novo presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, assumiu com a cúpula do Congresso o compromisso de não retomar o julgamento desse assunto durante o seu mandato à frente do tribunal. O aceno de Barroso tenta atenuar um pouco a tensão do STF com o Senado, mas foi recebida por setores progressistas como uma espécie de rendição, que pode resultar, inclusive, em retrocesso.

Os progressistas argumentam que, ao pautar projetos que tentam alterar o funcionamento do Supremo e limitar a ação de seus integrantes, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, pode até conseguir aperfeiçoar o funcionamento do tribunal, mas, mesmo que indiretamente, reforça a pressão para que julgamentos e direitos consolidados sejam revistos. É o caso do casamento de pessoas do mesmo sexo. Há mais de uma década, o Supremo chancelou a união homoafetiva, que agora é contestada por bolsonaristas em projeto de lei aprovado recentemente por uma comissão da Câmara. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.