A discussão sobre o uso de câmeras em fardas policiais deve entrar em um debate conjunto entre os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos. Recentemente, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, divulgou uma nota em que demonstrou preocupação com o anúncio do secretário de Segurança de São Paulo, Capitão Derrite, de rever o Programa Olho Vivo, que resultou em uma redução da letalidade policial.
Em 2021, a Polícia Militar de São Paulo lançou o programa que oferece um sistema de câmeras corporais acopladas ao uniforme dos agentes para gravar a rotina de trabalho. Os dados mostram que nas áreas em que as câmeras são usadas diminuiu o número de mortes e casos de lesão corporal também foram mais raros.
Em entrevista a VEJA, o ministro destacou que a questão é uma “luta ideológica” e que as câmeras são fundamentais na garantia da vida dos policiais e da população. Para Sílvio Almeida, o equipamento permite a lisura do processo e evita eventuais violações dos direitos humanos.
“Não é porque a gente quer, mas porque a gente tem uma Constituição e toda uma comunidade que vai dizer que é preciso proteger a vida das pessoas. Se a câmera protege a vida das pessoas, a câmera vai ficar”, enfatizou Silvio em referência às declarações de Derrite.