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Sergio Moro combinava com o MPF datas de operações da Lava Jato

Procurador da força-tarefa de Curitiba enviou à PF sugestão feita pelo ex-juiz: "Vou começar a me organizar", respondeu o delegado Igor Romário

Por Glenn Greenwald, Edoardo Ghirotto, Fernando Molica, Leandro Resende e Roberta Paduan
Atualizado em 5 jul 2019, 11h24 - Publicado em 5 jul 2019, 07h41
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  • O ex-juiz Sergio Moro combinou com o Ministério Público Federal (MPF) as datas em que deveriam ser marcadas operações realizadas no âmbito da Operação Lava-Jato.

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    A revelação consta em diálogos inéditos que fazem parte do material analisado por VEJA em parceria com o site The Intercept Brasil. Clique para ler a reportagem completa. Só uma pequena parte do material havia sido divulgada até agora — e ela foi suficiente para causar uma enorme polêmica. A reportagem realizou o mais completo mergulho já feito nesse conteúdo.

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    Foram analisadas 649.551 mensagens. Palavra por palavra, as comunicações examinadas pela equipe são verdadeiras e a apuração mostra que o caso é ainda mais grave. Moro cometeu, sim, irregularidades. Fora dos autos (e dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos, comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado. Na privacidade dos chats, Moro revisou peças dos procuradores e até dava broncas neles.

    Uma conversa no grupo “PF-MPF Lava Jato 2”, datada de 7 de julho de 2015, mostra um interlocutor não identificado, e que a reportagem concluiu ser o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, avisando outro interlocutor não identificado, que VEJA apurou ser o delegado da Polícia Federal Igor Romário, sobre uma sugestão dada por Moro, apelidado nas conversas de Russo. “Igor. O Russo sugeriu a operação do professor para a semana do dia 20.”, diz o texto literal da mensagem enviada por Santos Lima. “Opa… beleza… Vou começar a me organizar”, responde o delegado. Segundo a apuração da revista, o “professor” era o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, da Eletronuclear. Ele acabou sendo preso no dia 28.

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    Nota da redação: procurados por VEJA, Deltan Dalla­gnol e Sergio Moro não quiseram receber a reportagem. Ambos gostariam que os arquivos fossem enviados a eles de forma virtual, mas, alegando compromissos de agenda, recusaram-se a recebê-­los pessoalmente, uma condição estabelecida por VEJA. Mesmo sem saber o conteúdo das mensagens, a assessoria do Ministério da Justiça enviou a seguinte nota: “A revista Veja se recusou a enviar previamente as informações publicadas na reportagem, não sendo possível manifestação a respeito do assunto tratado. Mesmo assim, cabe ressaltar que o ministro da Justiça e Segurança Pública não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente e que configuram violação da privacidade de agentes da lei com o objetivo de anular condenações criminais e impedir novas investigações. Reitera-­se que o ministro sempre pautou sua atuação pela legalidade”.

    Colaboraram Leandro Demori, Victor Pougy, Nonato Viegas e Bruna de Lara

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