A troca da liderança do governo na Câmara e no Senado já começa a produzir efeitos para amansar a base aliada da presidente Dilma Rousseff. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, poderá falar às duas principais comissões do Senado nesta terça-feira com mais tranquilidade. Assim assegurou um peemedebista ligado ao senador Eduardo Braga (AM), nomeado na segunda-feira novo líder do governo, no lugar de Romero Jucá (RR).
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“O PMDB não será duro com o ministro, não. Ele pode vir tranquilo, porque reconhecemos nele um técnico experiente que tem feito esforço para conduzir bem a economia, embora a crise mundial exija mais a cada dia”, disse o senador Vital do Rego (PMDB-PB). “Ninguém vai apontar armas para ele, não.”
A fala soa como uma declaração de paz depois de duas semanas em que o PMDB passou às turras com a presidente Dilma Rousseff – chegando a rejeitar em votação no Senado a indicação da presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os líderes aliados, que só costumam chegar a Brasília no início da tarde de terça-feira, anteciparam a viagem para segunda, garantindo desde a véspera o quorum solidário dos governistas na sessão.
Mantega falará a partir das 12 horas em sessão conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O ministro queria falar só sobre economia, mas a oposição está determinada a indagar-lhe sobre tudo, até a troca de comando na Casa da Moeda. Os aliados não vão ajudar, mas também não vão impedir.
Líder do PT, o senador Walter Pinheiro (BA) avisa que não haverá “tropa de choque para blindar o ministro”. Segundo o petista, Mantega falará sobre todos os assuntos, sem problema algum. “Que blindagem se poderia fazer?”, indaga Pinheiro. E responde: “Pôr a tropa do governo para falar e dizer que a oposição não pode abordar isto ou aquilo seria absurdo”.
Mantega deve ser inquirido sobre o pacto federativo e a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e do processo de desindustrialização que alarma governo e oposição no Congresso. O líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), garante que, se da parte dos aliados não haverá ataques, dos independentes também não. “Vamos tratar o ministro Mantega com a maior cortesia”, disse Maggi. Por enquanto, ele se qualifica de independente. Desde que a presidente Dilma tirou o PR do Ministério dos Transportes, o partido está oficialmente fora da base governista. Aguarda um ministério, prometido para este mês.
(Com Agência Estado)