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Salvaguarda à família e 2 anos de prisão: o “prêmio” de Mauro Cid

Manutenção dos benefícios depende, porém, da efetividade da colaboração e do aval do ministro Alexandre de Moraes

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2024, 12h11 - Publicado em 17 mar 2024, 16h41

O tenente-coronel Mauro Cid é, até hoje, um assumido admirador de Jair Bolsonaro. Fiel escudeiro do ex-presidente da República, o militar que atuou como ajudante de ordens lembra dos quatros anos em que acompanhou o ex-chefe com uma certa nostalgia. Desde as internações hospitalares – quando diz ter cuidado de Bolsonaro como cuidaria do próprio pai  -, a viagens internacionais em que se voluntariava a lustrar o sapato do chefe, além das intermináveis horas que acompanhou o ex-presidente e organizou toda a sua agenda, o militar guarda memórias afetuosas do governo e a certeza de sua boa atuação enquanto um faz-tudo presidencial.

Todo esse histórico, porém, não impediu Mauro Cid de abrir à Polícia Federal os segredos que viu e ouviu nas entranhas do poder ao firmar um acordo de colaboração premiada após passar quatro meses preso. Como mostra reportagem de VEJA desta edição, Cid está numa encruzilhada que envolve estratégia, temor pela própria vida e um genuíno apreço pelo ex-presidente, e carrega o peso de ser peça-chave para elucidar o enredo desenhado por Bolsonaro e seu entorno nos derradeiros dias de governo para manter o então mandatário no cargo. Ele é, por tudo o que sabe e representa, o principal álibi dos investigadores para que Jair Bolsonaro seja punido e preso.

Assim como Bolsonaro, Cid tem muito a perder. Para manter os benefícios, o militar não pode mentir e tem de estar à disposição para dar novas explicações. Os termos da colaboração firmada com a PF são mantidos sob sigilo, mas VEJA apurou alguns pontos do acordo.

Cid pediu o perdão total da pena ou, no máximo, uma punição de dois de prisão. Desse total, o militar já cumpriu quase a metade, contando o período em que ficou preso em uma cela do Exército e o atual monitoramento feito por meio de uma tornozeleira eletrônica, que também computa para o abatimento da pena.

Além disso, Cid pediu que seus familiares fossem poupados de qualquer punição – o pai e a mulher estavam envolvidos no esquema da venda de joias e da fraude no cartão de vacinação, respectivamente. O militar ainda garantiu, após decidir firmar a colaboração, a imediata soltura dele e de seus subordinados na ajudância de ordens que também foram presos.

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Caberá ao ministro Alexandre de Moraes definir o “prêmio” final dado ao tenente-coronel, que será proporcional à efetividade da sua ajuda às investigações. Se alguma regra for descumprida, por outro lado, as concessões caem por terra.

Mauro Cid também quis maior segurança

Nas tratativas com a Polícia Federal, Mauro Cid também expressou uma preocupação com possíveis retaliações após as revelações tornarem-se públicas e deixou clara a intenção de deixar o Brasil o quanto antes. Como ainda não é possível, ele solicitou algum tipo de segurança especial.

Desde maio do ano passado, quando foi preso, o Exército determinou o deslocamento de um posto de segurança para a esquina da rua onde mora, numa quadra para oficiais localizada no Setor Militar de Brasília. À época, a medida foi justificada como uma maneira de evitar constrangimentos e proteger a família de Cid.

Depois da soltura, a estrutura foi mantida. O argumento é que naquela rua também moram comandantes de organizações militares e o reforço. Agora, 24 horas por dia, há um sentinela a poucos metros da residência do ex-ajudante de ordens.

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