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Relator do processo contra Cunha diz que recebeu oferta de propina

Deputado Fausto Pinato (PRB-SP) foi afastado do posto no Conselho de Ética da Câmara após manobra patrocinada por aliados do presidente da Casa

Por Da Redação
11 dez 2015, 08h20

Afastado da relatoria do processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) após manobra feita por aliados do presidente da Câmara, o deputado federal Fausto Pinato (PRB-SP) afirmou que chegou a receber oferta de propina em pelo menos duas oportunidades para “pensar bem” no parecer que apresentaria sobre a ação de quebra de decoro de Cunha no Conselho de Ética da Casa.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada na edição desta sexta-feira, o parlamentar descreveu como se deram as ofertas de suborno: “Então, por exemplo, eu fui abordado em aeroporto. Eu nem sei quem era. ‘Você é o Pinato?’ Olha, pensa bem, pode mudar sua vida [faz sinal de dinheiro com as mãos]’. E eu recebi também uns dois telefonemas. ‘Pensa bem na tua família'”, relatou. “Eu cheguei a ter propostas, sim: ‘Você não quer pensar na tua vida? Pensar em você? Mas eu não sei se era para arquivar ou para condenar. Eu já cortava e saía”, acrescentou. O deputado ressaltou que as abordagens foram feitas por desconhecidos.

Na entrevista, o parlamentar também disse que ouviu “um monte” de vezes sobre boatos de oferta de dinheiro para os deputados votarem contra o seu relatório. “Ouvi falar isso um monte, rádio corredor fala sempre. Tanto é que está uma discussão muito acirrada, né? Não querer nem deixar abrir o processo?”

Perguntado sobre como era o assédio da tropa de Cunha no colegiado, o deputado afirmou que a pressão era forte, mas que não ocorreram ameaças, “só aconselhamento”, do tipo “‘Vai devagar, pensa bem, não é tudo que a mídia fala que é verdade, tem que tomar cuidado, tem que pensar aqui dentro da Casa. Para não se queimar'”. “A verdade é a seguinte: um ou outro você sabe [de que lado está], mas existe um exército camuflado. Imagine um cara igual a eu, que é de primeiro mandato, chega, não sabe se tá lá ou cá”, completou.

Quando ainda era relator, Pinato chegou a contar a colegas que ele e seus familiares haviam recebido ameaças de morte. Ao site de VEJA, ele confirmou a informação e disse que fez um boletim de ocorrência confidencial e se encontrou com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, para relatar os casos. “Só Deus e minha família sabem o que eu vinha passando desde o momento em que protocolei o meu parecer. Eu sofri ameaças, sofri pressão e recebo recados dia e noite. Eu estava brigando com um exército de duzentos deputados”, afirmou.

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Pinato foi destituído do posto nesta quarta-feira após uma ação do vice-presidente da Câmara e aliado de Cunha, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que também é investigado no petrolão. O argumento usado foi o de que Pinato integrou um bloco de apoio ao peemedebista durante as eleições da Câmara, o que o impediria a julgá-lo no colegiado.

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