Ratinho Jr. ataca ‘PT de gravata’ e irrita ministros
Candidato à prefeitura de Curitiba volta ataques contra petistas aliados de Gustavo Fruet
O candidato à prefeitura de Curitiba Ratinho Jr. (PSC) afirmou que seus ataques ao PT, partido que está coligado com Gustavo Fruet (PDT), não são dirigidos contra a militância petista, mas contra o “PT de gravata”, referindo-se aos dirigentes do partido que se aliaram ao seu adversário.
No início da semana, a campanha de Ratinho Jr., que propagandeava o bom relacionamento do candidato com a presidente Dilma Rousseff, deu uma guinada e direcionou seus ataques contra a aliança entre os petistas curitibanos e Fruet, o ex-deputado que à época em que era filiado ao PSDB atuou como sub-relator da CPI dos Correios e foi um crítico feroz do governo Lula.
“Critico o PT de gravata e não a militância. Minha crítica se faz no sentido da incoerência e oportunismo das lideranças petistas locais que prefeririam alguém que nomeou Lula de corrupto. (…) O candidato atualmente apoiado pela cúpula petista chamou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de estelionato eleitoral”, disse Ratinho Jr., em nota.
Televisão – Em inserções televisas e radiofônicas, a campanha de Ratinho Jr. disse que o “curitibano não vai deixar o PT ganhar”. Os petistas nunca governaram Curitiba e colecionam uma série de derrotas na disputa pelo comando da cidade.
A nova estratégia de ataques ao PT surpreendeu os petistas curitibanos. “Esse comportamento vai prejudicar o próprio candidato Ratinho, que tentou emplacar imagem de bom moço e que, agora, resolveu virar vilão”, disse, em nota, a presidente do PT de Curitiba, Roseli Isidoro.
O partido de Ratinho Jr., o PSC, faz parte da base aliada do governo federal e o pai do candidato, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, é um amigo pessoal de Lula.
A aliança entre os petistas e Fruet foi costurada pelo casal de ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) – o “PT de gravata” a que se referiu Ratinho. Na noite de quarta-feira, os dois compareceram a um evento de apoio ao candidato e criticaram Ratinho Jr.
“O Ratinho enfiou os pés pelas mãos, perdeu a compostura. Vai perder votos com isso”, disse o ministro Paulo Bernardo, em entrevista a uma rádio local. Hoffmann, por sua vez, disse que os ataques “remetem à década de 80, quando se incentivava o preconceito contra o PT e os partidos de esquerda”.