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Quase metade da população do Brasil sente-se insegura na cidade onde mora, mostra a Pnad; no Norte, piores índices

Uma em cada cinco pessoas sente-se insegura na própria casa, e pouco mais de 7% da população diz já ter sido vítima de roubo ou furto, mostra a pesquisa

Por Adriana Caitano
15 dez 2010, 10h39

Os números explicam a sensação de insegurança dos moradores do Norte: entre os entrevistados que já foram roubados ou agredidos, a região tem os maiores porcentuais

Cerca de 76,9 milhões de pessoas, quase a metade da população brasileira, sentem-se inseguras nas cidades onde vivem. E há motivos de sobra para isso: em um ano, 11,9 milhões de pessoas foram vítimas de roubo no país. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (Pnad) sobre vitimização e acesso à Justiça no Brasil, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante 12 meses – de setembro de 2008 a outubro de 2009 – os pesquisadores questionaram 400.000 pessoas sobre a sensação de segurança que tinham em suas próprias casas, no bairro e na cidade em que vivem. A região Norte foi a que apresentou o maior porcentual de inseguros nas três opções. Números contidos no próprio levantamento explicam essa sensação de vulnerabilidade dos moradores da região: entre os entrevistados que já foram roubados, furtados ou agredidos fisicamente, o Norte também tem os maiores porcentuais.

A Pnad projetou os dados coletados com parte dos brasileiros para todas as 162,8 milhões de pessoas acima de 10 anos. Como é de se esperar, constatou que a população se sente mais segura em seu ambiente particular e fica mais receosa à medida que se afasta dele. Enquanto 21,4% das pessoas sentem-se inseguras no próprio domicílio, 47,2% têm essa mesma sensação em sua cidade.

Sensação de insegurança dos brasileiros em relação a locais privados e públicos
Sensação de insegurança dos brasileiros em relação a locais privados e públicos (VEJA)
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Quando os números são separados por região, o Norte ultrapassa todas as médias nacionais e desponta como o local onde a insegurança é maior. Se considerados os domicílios, 28,4% dos moradores dizem que não se sentem seguros; 40,2% falam o mesmo sobre seus bairros, e 51,8%, sobre suas cidades. Na outra ponta do ranking está o Sul, com todos os índices abaixo dos nacionais: 18,1% têm sensação de insegurança nos domicílios, 27,4% nos bairros e 39,5% nas cidades.

Na mesma pesquisa, os entrevistados responderam sobre casos em que já foram vítimas de alguns tipos de violência. Uma parcela de 7,3% da população diz já ter sido vítima de roubo ou furto; 1,6% dos brasileiros foram agredidos fisicamente. Também nesses itens o Norte ultrapassa a média do país: 9,9% de seus habitantes afirmam ter sofrido roubo ou furto e 1,9%, agressão física. Aqui, o Sudeste aparece com o menor índice: 6,7% foram roubados ou furtados e 1,4% agredidos (nesse último item, há empate com o Sul).

Casos de roubo, furto e agressão física
Casos de roubo, furto e agressão física (VEJA)

Gênero – Quando considerado o sexo dos entrevistados, a Pnad aponta diferenças importantes. Os homens se consideram mais seguros que as mulheres tanto em casa (80,2% contra 77,2%), como no bairro (69,4% contra 65%) e na cidade (55,2% contra 50,5%). No entanto, eles foram mais vitimados por roubo e furto (8,3%) que as mulheres (6,4%) e também mais agredidos – 1,8% dos homens contra 1,3% das mulheres relataram algum caso de agressão.

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Renda – Outra peculiaridade do levantamento diz respeito às classes sociais. A população com maior renda se sente mais segura em casa que os de classes inferiores. Do total de pessoas com pelo menos cinco salários mínimos, 82,8% fez essa afirmação, contra 77,8% das que recebem menos de um quarto do salário. No bairro e na cidade, porém, a situação se inverte – 41,4% dos mais ricos sentem-se seguros na cidade e 62,8% no bairro em que moram; entre os mais pobres, a segurança existe para 60,9% e 71,3%, respectivamente.

Questionados sobre as medidas adotadas para aumentar a segurança em suas casas, os brasileiros com maior renda demonstraram utilizar mais dispositivos para esse fim. Quem recebe mais de dois salários mínimos disse adotar a cerca elétrica (35,6%, contra 5,7% de quem tem menos de um quarto do salário mínimo), olho mágico ou interfone (46,8% contra 5,1%) e grade na janela ou porta (48,1% contra 14,7%).

Judiciário – A Pnad também traz dados sobre o acionamento da Justiça pelos brasileiros. Entre as pessoas com mais de 18 anos, 12,6 milhões – 9,4% do total – já participaram de alguma situação de conflito no Judiciário. Entre elas, as consideradas mais complicadas referiam-se a questões trabalhistas (23,3%), de família (22%) e criminais (12,6%). Os conflitos relacionados ao trabalho foram maiores no Sudeste (24,8%), enquanto o Norte ficou no topo da lista em assuntos familiares (29,9%) e criminais (15,8%).

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