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PT e PMDB já têm nomes para suceder Luiz Sérgio

Cargo de ministro de Relações Institucionais é alvo de cobiça depois da queda de Palocci; novo ocupante do posto deve ter mais poder que o antecessor

Por Gabriel Castro
9 jun 2011, 16h19

Após a inevitável queda do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, não há, na base aliada, quem aposte na permanência do titular da pasta de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Espera-se que a troca ocorra nos próximos dias. Pela tradição, sabe-se que o cargo deve ser ocupado por um nome da Câmara dos Deputados. E, dentro do PT, a briga está mesmo polarizada entre o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (SP) e o deputado Arlindo Chinaglia (SP).

A disputa é uma reedição do que ocorreu no fim do ano passado, quando ambos concorreram à indicação do partido para presidir a Câmara. No fim das contas, Chinaglia apoiou Marco Maia (RS) e a bancada petista, que via em Vaccarezza um nome muito ligado ao governo, escolheu o gaúcho. Se ficar com o cargo no Planalto, o atual líder do governo deve passar o posto a Chinaglia.

A nova ocupante da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, deve priorizar a gestão dos programas de governo. Não desempenhará o papel político de seu antecessor. Os dois parlamentares petistas são vistos como nomes mais preparados do que Luiz Sérgio para comandar o ministério, num momento em que a pasta deve ganhar importância.

Há ainda uma terceira hipótese em jogo: o PMDB diz publicamente que não pleiteia o cargo, já que o posto de Luiz Sérgio significa mais problemas para resolver. Mas a perspectiva de que a pasta seja redesenhada atrai a cobiça do partido. Na bancada peemedebista na Câmara, há um esforço para emplacar o nome de Mendes Ribeiro (PMDB-RS) no posto. Ribeiro era cotado para assumir a liderança do governo no Congresso, cargo que ainda está vago. Mas, com a queda iminente de Luiz Sérgio, o lobby passou a ter outro alvo.

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Simultaneamente, caciques do PMDB cobram um espaço maior para que o vice-presidente Michel Temer desenvolva as negociações com o Congresso. “Com a saída do ministro Palocci, é natural que haja um redesenho na articulação política”, diz o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Nesta quinta-feira, ele esteve com Temer e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) para discutir o assunto.

Enquanto petistas e peemedebistas cumprem agenda de intensas reuniões durante o dia, o ministro Luiz Sérgio tem procurado distância dos holofotes. Ele disse no Rio de Janeiro nesta quinta-feira que seu momento é de “silêncio”. Nos bastidores, comenta-se que o ministro já teria até colocado o cargo à disposição da presidente Dilma. Ela, que não gostou da forma como a imprensa vem tratando o caso, tem preferido adiar um pouco a demissão.

Imponderável – Um outro fator pesa na bolsa de apostas para o sucessor de Luiz Sérgio: a imprevisibilidade de Dilma Rousseff. A presidente manteve oculta a intenção de nomear Gleisi Hoffmann para o cargo de Antonio Palocci. Ao contrário do antecessor, que consultava vários aliados antes de bater o martelo, a petista tem um estilo mais solitário de decidir, o que aumenta a chance de surpresas.

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Mas, em uma pasta como a de Relações Institucionais, há menos margem para apostas: o nome escolhido precisa ter experiência e bom trânsito no Parlamento. Ideli Salvatti, ministra da Pesca, teve o nome citado. Mas, embora possua vantagem de ser mulher num governo em que isso conta pontos, perde muita força porque não tem bom acesso aos parlamentares – especialmente na Câmara.

Seja quem for o escolhido, o consenso é que de que o novo ministro de Relações Institucionais precisa ter autoridade para liberar emendas parlamentares. É essa a principal queixa da base aliada com a articulação no governo de Dilma Rousseff. O corte na liberação desses recursos tira dividendos eleitorais de deputados em suas bases. Há parlamentares brigando pela destinação de emendas apresentadas ainda em 2007. O congelamento tem implicação direta na relação entre governo e Congresso. No trato com os congressistas, Luiz Sérgio tinha boa vontade, mas não tinha poder. Palocci tinha poder, mas não tinha boa vontade. É a esse problema que a presidente terá de se dedicar nos próximos dias.

(Colaborou Luciana Marques)

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