PSOL tenta CPI para investigar homem forte de Paes
Vereador diz já ter nove assinaturas das 17 necessárias para abrir comissão parlamentar de inquérito sobre esquema montado por Rodrigo Bethlem
A bancada do PSOL na Câmara Municipal do Rio de Janeiro quer abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de corrupção montado pelo deputado federal Rodrigo Bethlem na Prefeitura do Rio de Janeiro. Conforme revelou VEJA, o homem forte do prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou em conversas telefônicas que recebeu entre 65.000 e 70.000 reais por mês como propina pela contratação irregular da ONG Tesloo. O vereador Eliomar Coelho (PSOL) diz ter o apoio de outros oito parlamentares. Formalmente, são necessárias 17 assinaturas para a abertura de uma CPI.
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Coelho vai se reunir na tarde desta terça-feira com os vereadores Jefferson Moura (PSOL), Renato Cinco (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Teresa Bergher (PSDB), Reimont (PT), Márcio Garcia (PR), Verônica Costa (PR) e Brizola Neto (PDT). O objetivo é discutir uma estratégia para coletar assinaturas até terça-feira da semana que vem, quando termina o recesso da Câmara. “Nunca tinha assistido a um escândalo dessa magnitude. Vão ter obstáculos do governo, mas vamos enfrentar e tentar superá-los”, afirmou Coelho.
Como em qualquer tentativa de CPI, Paes vai mobilizar a ampla base do governo contra a proposta. Mas nesta ocasião o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), é também considerado um obstáculo. Ele é pai de Vanessa Felippe, que denunciou o ex-marido Rodrigo Bethlem, e ainda mantém um carinho especial pelo ex-genro.
O objetivo dos vereadores é devassar as contratações da ONG Tesloo pela Secretaria Municipal de Assistência Social. A Prefeitura do Rio já abriu uma auditoria especial para investigar todos os contratos firmados por Bethlem nas secretarias que comandou, de 2009 a 2014: Ordem Pública, Assistência Social e Governo. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também investiga contratações irregulares da Tesloo e a promotora responsável pelo caso diz já possuir provas para uma ação de improbidade administrativa contra o ex-secretário.
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