O governador de São Paulo, João Doria, comandou na tarde desta sexta-feira, 16, um ato político de filiação ao PSDB do deputado federal Alexandre Frota (SP), que foi expulso do PSL nesta semana a pedido do presidente Jair Bolsonaro após fazer críticas ao governo.
Em sua fala no evento, que não contou com a presença de lideranças históricas da legenda, o governador exaltou o “novo” PSDB e fez indiretas a antigos dirigentes tucanos. “O novo PSDB toma decisões. O PSDB do passado está na história. Nós respeitamos a história, mas não vamos viver de história. O novo PSDB vai fazer história”, disse Doria antes de assinar a ficha de filiação de Frota.
A solenidade também contou com a presença do prefeito Bruno Covas, do ex-deputado Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, do secretário Marco Vinholi, presidente estadual, e do sociólogo Fernando Alfredo, presidente municipal do partido na capital.
Depois dos discursos, Frota foi questionado por jornalistas sobre os xingamentos agressivos que fez no ano passado ao ex-governador Geraldo Alckmin, ex-presidente nacional do PSDB, e sobre críticas que fez ao partido ao qual acaba de se filiar. “Isso é do passado. O novo PSDB para mim começa agora. Não tenho que pedir desculpa a ninguém, nem ao Alckmin”, respondeu o deputado.
Alexandre Frota tentou evitar perguntas dos jornalistas e saiu apressado da sala de eventos do diretório do PSDB, mas foi abordado no estacionamento e acabou respondendo sobre o que pensava sobre estar no mesmo partido do deputado Aécio Neves (MG), flagrado pedindo um empréstimo de 2 milhões de reais ao empresário Joesley Batista, da JBS.
“Não fico constrangido em estar no partido que tem o Aécio. Eu estava num partido que tinha o Queiroz”, respondeu o deputado. Frota evitou, porém, se posicionar sobre o pedido de expulsão do deputado mineiro do PSDB, feito pelo diretório tucano da capital. “Aécio é um problema do partido”, disse.
O deputado, que foi eleito em 2018 na esteira do bolsonarismo, também foi questionado sobre o fato de Bolsonaro ter dito que não o conhecia. “Ele (Bolsonaro) não conhece várias coisas”, respondeu.