Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Propinas pagaram até a conta de gás do apartamento de Cabral

Contador da quadrilha pagou cachorro quente para a festa do filho caçula, sessões de massoterapia e faturas do cartão de crédito da mãe do ex-governador

Por Leslie Leitão, Luísa Bustamante e Thiago Prado
Atualizado em 17 nov 2016, 17h12 - Publicado em 17 nov 2016, 15h51

O relatório do Ministério Público Federal que resultou na prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e parte de sua quadrilha revela que as centenas de milhões arrecadadas em propina serviam para pagar até as despesas mais básicas. Um exemplo clássico disso está no dia 25 de agosto de 2014, quando o homem apontado como o contador do grupo, Luís Carlos Bezerra, pagou um boleto bancário de 1.760,10 reais para quitar a conta de gás do apartamento 401 da Rua Aristides Espíndola, no Leblon, um dos endereços mais nobres do Rio de Janeiro.

Nesta contabilidade paralela, os investigadores da Polícia Federal e os procuradores do MPF conseguiram decifrar parte dos codinomes utilizados por Carlos Bezerra. Outros têm apelidos como Buldogue, Tocha, Piscina e Apóstolo, cujas identidades permanecem, por ora, um enigma. Os descobertos são Dri, para Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, e Magal, de Magali, mãe do ex-governador. Muitas contas eram pagas em dinheiro vivo que, segundo a investigação, somam exatamente 950.000 reais do que foi possível de rastrear. Entre essas compras há seis vestidos de grife, móveis para escritórios, equipamentos e máquinas agrícolas, blindagem de veículos e até o cachorro quente da festa de aniversário do filho: 1.070 reais, pagos no dia 14 de agosto de 2015.

Houve transferências de dinheiro para a conta da tia de Cabral, Regina, em 4 de março de 2015, de 6.000 reais, também feita pelo contador da quadrilha, e depósitos generosos para a atual esposa, Adriana (30.000 reais) e até para a ex-mulher do governador, Susana Neves Cabral, que recebeu 10.000 dólares.

Em outra descoberta feita através de troca de mensagens, dia 2 de julho de 2014, o assessor pessoal de Cabral, o bombeiro Pedro Ramos de Miranda, envia um email com uma lista de pagamentos de cerca de 20 000 reais que deveriam ser feitos. O destinatário, claro, Carlos Bezerra. A relação registra 10 000 reais para um dos filhos do ex-governador, João Pedro Cabral, compras de mercado, limpeza e até triturador de papel para o escritório. A propina bancou também sessões de massoterapia no Hotel Fasano, em valores que somados totalizavam nesta lista 760 reais.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.