Professora da PUC diz ter aceito convite de Temer para Direitos Humanos
Flávia Piovesan deve viajar a Brasília na próxima semana. À frente da secretaria, ela promete dialogar com movimentos sociais para delimitar as prioridades de sua gestão
A procuradora e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Flávia Piovesan disse ter aceito o convite do presidente em exercício, Michel Temer, para assumir a Secretaria de Direitos Humanos. “O meu partido é a luta pela causa. Não tenho nenhuma filiação partidária. Meu desafio é trazer contribuição para garantir avanços e evitar retrocessos”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo nesta tarde de terça-feira.
Ela já comunicou à equipe de Temer sua decisão e deve viajar a Brasília na próxima semana. A intenção da nova responsável pela área é priorizar avanços em discussões sobre combate à violência contra a mulher, reforço a políticas afirmativas para negros – ela é uma defensora das políticas de cotas, por exemplo -, cuidados com a proteção às terras indígenas e debate sobre diversidade sexual. Em sala de aula, a professora da PUC costuma argumentar que a sociedade deve enfrentar “conservadorismos” para avançar nas garantias a direitos fundamentais.
À frente da secretaria, promete dialogar com movimentos sociais para delimitar as prioridades da gestão do órgão. “O momento é nervoso, é difícil, mas vamos fazer o diagnóstico de quais são as prioridades. Vamos diagnosticar onde estamos e lançar estratégias buscando avançar na luta emancipatória”, afirmou Piovesan.
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Considerada no meio jurídico como uma das principais expoentes da defesa dos direitos fundamentais, Piovesan minimizou o fato de Temer ter feito uma composição majoritariamente masculina para a composição do governo interino. “É fundamental fazer avançar a democratização dos espaços de poder, e fico muito feliz por ele ter nomeado ineditamente uma primeira mulher para chefiar o BNDES. E aguardo que outras sejam nomeadas”, afirmou ao ser questionada sobre o assunto.
Piovesan já foi cotada, durante governos do PT, para a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem a simpatia do ex-ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi, além da de outros nomes ministeriais ligados à gestão da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela é professora das disciplinas de direitos humanos e direito constitucional na PUC-SP. Já foi observadora das Nações Unidas e de comitês internacionais. Formada pela PUC-SP – onde Temer se doutorou e exerceu a função de professor -, doutorou-se em Harvard e tem uma lista de passagens acadêmicas internacionais.
(Com Estadão Conteúdo)