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Prevent Senior: suposta omissão de Covid será o foco inicial de CPI em SP

Segundo denúncia, pacientes não teriam o diagnóstico da doença anotado em seus prontuários; comissão paulistana quer esclarecer pontos levantados no Senado

Por Bruno Ribeiro 12 out 2021, 11h20

As denúncias sobre irregularidades na Prevent Senior trazidas à tona pela CPI da Pandemia, no Senado, resultaram em uma apuração paralela, aberta especificamente contra a operadora de saúde, que começa nesta quinta-feira, 14, na Câmara Municipal de São Paulo. E a primeira denúncia que os vereadores de São Paulo devem apurar é sobre uma suposta orientação dos dirigentes da empresa para que médicos encontrassem formas de “diminuir o número de casos” de Covid-19 nos hospitais da rede, segundo o presidente da CPI paulistana, Antonio Donato (PT).

“Essa é uma das denúncias que estavam no dossiê entregue à CPI do Senado e que, pelo fato de a comissão ser mais ampla e ter outros focos, acabou de fora de uma investigação mais profunda”, disse o vereador a VEJA. A informação a ser apurada é que, além de atestados de óbito que não traziam a informação de que a vítima havia morrido pela infecção do coronavírus, pacientes não teriam o diagnóstico da doença anotado em seus prontuários. “As orientações estariam em mensagens de WhatsApp. Mas ainda não tivemos acesso ao print das telas”, complementou o parlamentar.

Em depoimento à CPI do Senado no dia 22, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, confirmou que a companhia orientou médicos a modificarem, após algumas semanas de internação, o código de diagnóstico dos pacientes que haviam dado entrada com Covid-19, mas já se encontravam curados da infecção e não representavam mais risco à população do hospital. Posteriormente, a assessoria de comunicação corrigiu a declaração, dizendo que a mudança ocorreu apenas no sistema interno de controle de leitos, sem prejuízo para as notificações oficiais de casos e óbitos por Covid enviadas às autoridades sanitárias.

Primeiros depoimentos

Nesta quinta-feira, as primeiras oitivas na Câmara paulistana serão de representantes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) e do Departamento de Uso e Ocupação do Solo da capital paulista. No caso da Covisa, os vereadores querem saber como deveria ser o procedimento correto para coleta de dados sobre testes positivos de Covid-19 em pacientes e como essas informações deveriam ser repassadas para a prefeitura. “A Covisa havia pedido a interdição de um dos hospitais da Prevent (em março de 2020) mas isso não aconteceu. Queremos entender o motivo”, afirmou Donato. Os técnicos sobre uso e ocupação do solo darão informações sobre os alvarás de funcionamento dos hospitais Sancta Maggiore, que pertencem à rede. 

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A CPI de São Paulo é composta por cinco vereadores e aglutina parlamentares de oposição e situação (como o líder do PSDB na casa, Xexéu Trípoli).  Dois dos indicados são médicos (Paulo Frange, do PTB, e Milton Ferreira, do Podemos) Na cidade, há três vereadores declaradamente bolsonaristas, mas nenhum deles integra a comissão.

Na semana passada, quando a CPI foi instalada, os vereadores aprovaram requerimentos solicitando compartilhamento de provas com a CPI da Pandemia e com o Ministério Público. Em São Paulo, o MP tem uma força-tarefa, com cinco promotores, que investiga as denúncias contra a operadora.

Os vereadores já declaram que terão cuidado ao investigar a empresa e darão total espaço ao contraditório, uma vez que já têm recebido mensagens de munícipes que têm planos de saúde da Prevent e temem que eventuais punições à operadora os deixem sem convênio médico.

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