O presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), recuou e decidiu autorizar a entrada de água e comida e liberar o uso de banheiros para cerca de setenta manifestantes que invadiram no início da tarde o plenário do Legislativo municipal para protestar contra projetos do prefeito João Doria (PSDB) – antes, o vereador havia dito que a Casa não era um camping e que não iria permitir a entrega de alimentos no local.
Antes do recuo, os manifestantes – estudantes e militantes de movimentos sociais e de cultura apoiados por partidos como PT e PSOL -, já haviam decidido em assembleia passar a noite na Câmara. Eles exigem a suspensão da tramitação dos projetos de lei 364, 367 e 404, que tratam da concessão e privatização de serviços e prédios públicos — como estádios, mercados, bibliotecas e cemitérios — e já passaram em primeira votação, para que a população seja consultada por meio de um plebiscito se concorda ou não com as propostas.
Além disso, eles reivindicam a revogação da medida implementada pela gestão Doria, que começou a valer em 1º de agosto, que limitou o uso diário do passe livre para estudantes de escola pública. A manifestação tem apoio de políticos de oposição a Doria, como os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Juliana Cardoso (PT) e o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). Logo após Milton Leite ter autorizado a entrada de comida – em troca da saída de menores de idade da ocupação -, assessores de gabinetes do PT chegaram com sacos com cerca de 200 pães com manteiga para distribuir aos manifestantes.
Apesar de a presidência da Câmara ter dito que não haverá reintegração de posse hoje, agentes da Inspetoria de Operações Especiais (IOPE), grupo de elite da GCM, se concentram com escudos do lado de fora do plenário. A Tropa de Choque da Polícia Militar ficou posicionada com cinco viaturas na garagem da Câmara.