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‘Poltrona’ e ‘passageiros’: os apelidos do dono da Gol para propina

Termos estão presentes em mensagens trocadas entre Henrique Constantino e o doleiro Lúcio Funaro e anexadas em acordo de delação premiada

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2019, 15h51 - Publicado em 14 Maio 2019, 12h35

Em delação premiada, o empresário Henrique Constantino, um dos proprietários da companhia aérea Gol, afirmou em seu acordo de confissão com o Ministério Público Federal (MPF) que usava termos típicos do setor de aviação para discutir propina com o doleiro Lúcio Funaro.

Em mensagens entregues aos procuradores, Constantino afirma que “reserva de poltrona”, “lista com o nome dos passageiros” e “localizador” eram termos utilizados por ele e Funaro para discutir propina e a troca das informações sobre empresas que seriam laranjas nas negociações.

No anexo que trata dos benefícios obtidos na Caixa Econômica Federal, Constantino cita Funaro, o ex-dirigente do banco público Fábio Cleto, o ex-presidente Michel Temer (MDB) e os ex-deputados federais Eduardo Cunha (MDB-RJ), Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e Henrique Eduardo Alves (MDB-RN).

No episódio de que trata nas mensagens, o empresário negociava o pagamento de 4 milhões de reais por ajuda de Funaro para obter um financiamento da Caixa para a Via Rondon, outra empresa de sua propriedade.

“Recebeu a lista com os nomes dos passageiros que te mandei?”, pergunta Funaro em 2 de agosto de 2013, um dia depois de Constantino perguntar “os dados da pessoa para a reserva da poltrona”. “Recebi. Assim que concluir as reservas te passo o localizador e a taxa de câmbio”, diz o empresário. “Recebi os bilhetes, tudo certo. Boa semana”, conclui Funaro.

Ainda no trecho sobre a Caixa e o MDB, ele relata ter usado da influência política de Geddel, então dirigente do banco, para abrir crédito de 50 milhões de reais junto ao banco, pelo qual pagou 250.000 reais de propina. Constantino também afirmou ter feito doação irregular para a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo pelo MDB e de ter combinado “um valor global” de propinas com o MDB estimado em 10 milhões de reais.

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Parlamentares

A delação foi homologada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, do Distrito Federal. Na decisão que ratificou a delação, está presente também o Anexo 7, que trata de “benefício financeiro a parlamentares ou ex-parlamentares” por meio da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Não há mais detalhes sobre como os “benefícios financeiros” se davam.

Entre os citados, estão o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) e os ex-deputados Marco Maia (PT-RS), Edinho Araújo (MDB-SP), Vicente Cândido (PT-SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ).

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