‘Política é vilipendiada’, diz Dilma em mensagem ao Congresso
Presidente não compareceu à abertura do ano legislativo. Texto enviado ao parlamento evita previsão de crescimento do PIB e lista prioridades para 2013
A mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff para a sessão de abertura do ano do Legislativo fez uma defesa da atividade política – que, na avaliação feita pela presidente, é injustamente atacada. Repleto de números, o texto foi lido nesta segunda-feira pelo primeiro-secretário da Câmara, deputado Márcio Bittar (PSDB-RJ). Dilma está em viagem ao Paraná e foi representada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
“Neste momento em que a atividade politica é tão vilipendiada, faço questão de registrar nesta mensagem o meu sincero reconhecimento ao imprescindível papel do Congresso Nacional para a construção de um Brasil mais democrático, justo e soberano”, afirmou Dilma em sua mensagem.
Entre as prioridades na agenda do Congresso para 2013, Dilma citou a redução da carga tributária, a criação de novas regras para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o debate sobre o financiamento da educação, a resolução do embate sobre a divisão dos royalties do petróleo e a reforma política.
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A presidente usou o documento para fazer um longo balanço das ações de seu governo em 2012. Ela reconheceu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 1%, foi abaixo do previsto, de mais de 4%: “Se o ritmo de crescimento do PIB ficou aquém do esperado, fechamos o ano com indicadores que nos afastam e diferencial substancialmente do cenário vivenciado por muitos países, inclusive os mais desenvolvidos”.
Depois do fracasso no ano anterior, a mensagem não trouxe uma previsão de crescimento para a economia em 2013. Mas, tratando de outro tema sensível ao governo, a presidente garantiu ao Congresso que o país terá “a oferta de energia necessária para o crescimento”. A mensagem também inclui a promessa de construção de 11 campi universitários em 2013, a realização de 3.500 obras de saneamento e investimentos de 16 bilhões de reais na construção de metrôs em capitais.
Sobre a Copa do Mundo, o texto enviado por Dilma ao Congresso não traz detalhes nem prazos: apenas celebra que dois estádios já tenham sido inaugurados – apesar do atraso nas obras dos outros dez – e promete que, até a realização do torneio em 2014, todas as arenas estarão prontas.
A presidência da sessão inaugural do ano legislativo foi comandada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele sentou-se ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. O magistrado terá de participar, em breve, de uma decisão envolvendo Calheiros: a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra o peemedebista por três crimes – peculato, falsidade ideológica e falsificação de documento.