O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Antônio Anastasia (PSDB) foi citado em depoimento na Operação Lava Jato, de acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. O agente da Polícia Federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, disse que entregou 1 milhão de reais a Anastasia em 2010. O policial afirma ter entregado uma mala de dinheiro em uma casa, em Belo Horizonte (MG), e que o doleiro Alberto Youssef teria dito que o destinatário era o então candidato do PSDB ao governo do Estado. “Tempos mais tarde, vendo os resultados eleitorais, identifiquei que o candidato que ganhou a eleição em Minas era a pessoa para quem eu levei o dinheiro”, diz o policial em depoimento. Instado a reconhecer a Anastasia por uma foto, o agente da PF disse que “a pessoa que aparece na fotografia é muito parecida com a que recebeu a mala enviada por Youssef”. O tucano rechaçou a acusação. Anastasia disse que não conhece Careca ou Alberto Youssef e que o governo de Minas não tinha qualquer relação com a Petrobras. “Não conheço este cidadão, nunca estive ou falei com ele. Da mesma forma não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro Alberto Youssef”, escreveu Anastasia em seu perfil no Facebook. “É muito estranho o alegado encontro de um governador de Estado em uma casa que não é sua, com um desconhecido, para receber dinheiro”, escreveu. O ex-governador de Minas afirmou que já contratou um advogado e se colocou à disposição para uma acareação com o policial. Ao contrário de outros políticos citados, o caso de Anastasia está sendo tratado na Justiça Federal do Paraná, uma vez que as acusações foram feitas quando o tucano não tinha mais foro privilegiado. O caso poderá ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República, em Brasília (DF), já que Anastasia retomou o foro ao ser diplomado pela Justiça Eleitoral no mês passado. (Com Estadão Conteúdo)