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PMDB formaliza apoio a Cunha e tenta minimizar desgaste pela prisão de Cerveró

Comando do partido realizou reunião para avaliar o impacto da prisão do ex-diretor da Petrobras, indicado pela sigla, e as articulações de aliados para tentar minar a candidatura de Eduardo Cunha na Câmara

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro, de Brasília
14 jan 2015, 13h06

O vice-presidente da República, Michel Temer, convocou nesta quarta-feira a Executiva Nacional do PMDB para formalizar o apoio à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao comando da Câmara dos Deputados. Mais do que uma nota formal de apoio ao deputado – ainda que o documento seja o primeiro com este teor em mais de vinte anos -, a reunião entre Temer e a cúpula do partido teve a finalidade de dar um recado direto a dois novos ministros do governo Gilberto Kassab (Cidades) e Cid Gomes (Educação), que têm trabalhado com seus respectivos partidos, o PSD e o Pros, para enfraquecer o protagonismo do PMDB no Congresso Nacional.

Na reunião a portas fechadas, integrantes da Executiva do PMDB criticaram a ofensiva da dobradinha Cid-Kassab contra Eduardo Cunha e avaliaram que o petista Arlindo Chinaglia pode ser o beneficiário direto da articulação. Peemedebistas reclamaram para Temer que o Palácio do Planalto está “armando” para desidratar a candidatura de Cunha. O recado sobre a necessidade de o governo deixar que Eduardo Cunha e Arlindo Chinaglia disputem a eleição para a Presidência da Câmara deverá chegar novamente à presidente Dilma Rousseff.

Não é a primeira vez que congressistas reclamam diretamente do assédio de Kassab a parlamentares. Nesta terça-feira, o deputado e futuro líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), chegou a chamar Kassab de “cafetão do Planalto” e acusou o novo ministro de usar o cargo para cooptar parlamentares para um futuro partido, o Partido Liberal (PL), legenda que depois seria incorporada ao PSD.

As reclamações da Executiva do PMDB, expostas nesta quarta-feira, ocorrem em um momento delicado para o partido. Nesta semana, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo afirmou que o nome de Eduardo Cunha foi citado em um depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato como beneficiário do esquema, o que ele nega. Nesta quarta-feira, foi preso o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, indicado pela leganda para a estatal. Em delação premiada, o executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, disse ter pago propina de 40 milhões de dólares a Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no petrolão. E para o Ministério Público, boa parte desta propina acabou sendo direcionada para as mãos de Cerveró – que, agora preso, poderia começar a contar detalhes do megaesquema de corrupção na Petrobras.

Após a reunião, Michel Temer tentou minimizar os efeitos da Lava Jato na disputa pela presidência da Câmara e, questionado se o PMDB corria o risco de apoiar um candidato citado na investigação policial, resumiu: “Se houver qualquer problema cada um se explicará como vem se explicando”.

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“A especulação contra Cunha acabou desmentida. Sobre o Cerveró, é problema do governo que o tinha como diretor da Petrobras”, completou o ex-ministro Geddel Vieira Lima, presidente do PMDB da Bahia.

Em nota, a Executiva optou por um tom protocolar e também manifestou apoio a Renan Calheiros, que deve disputar a presidência do Senado. “A Executiva Nacional do PMDB decidiu, por unanimidade, apoiar o nome já escolhido, de forma amplamente democrática, pela bancada da Câmara dos Deputados para disputar a presidência da Casa. O mesmo dar-se-á em relação à bancada do PMDB no Senado Federal”, diz a nota.

“Historicamente o diretório do PMDB nunca tirou nota [sobre a necessidade de apoiar um candidato à presidência da Câmara] porque os conflitos eram menores. Agora o conflito é maior”, afirmou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

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