PGR diz que nunca cogitou buscas contra mulher de Moro
Hipótese foi levantada por procuradores da força-tarefa da Lava-Jato e teria por objetivo constranger o ex-ministro da Justiça
A Procuradoria-geral da República (PGR) divulgou nota nesta sexta-feira, 17, em que afirma que nunca considerou a hipótese de realizar medidas de busca e apreensão contra o escritório de advocacia de Rosangela Moro, esposa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Edição desta semana de VEJA mostra que procuradores acreditam que Moro é o alvo da atual investida contra a Lava-Jato e avaliam que a retomada das negociações em torno da delação premiada do doleiro Rodrigo Tacla Duran, feita pela equipe do procurador-geral Augusto Aras, tem por objetivo conseguir um mandado de busca contra Rosângela a fim de constranger o ex-chefe da Justiça.
A esperança de enredar Sergio Moro decorre do fato de Tacla Duran já ter dito que pagou ao advogado Carlos Zucolotto, amigo do ex-juiz, para obter vantagens em seu acordo com a Lava-Jato, rejeitado em Curitiba. Zucolotto foi sócio de Rosangela Moro. Essa sociedade entre os dois seria usada pela PGR para pedir à Justiça o mandado de busca e apreensão no escritório de Rosangela. A suspeita de procuradores da força-tarefa de Curitiba é a de que Augusto Aras tenha aproveitado o timing da queda do ministro mais popular do governo para promover uma ofensiva contra os investigadores. Se obtiver êxito na operação coordenada, em maio, pela subprocuradora Lindôra Araújo, poderia tisnar a imagem da Lava-jato e, de quebra, a do próprio ex-juiz símbolo da operação.
“A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece que não há pedido para a realização de busca e apreensão no escritório da advocacia da esposa do ex-juiz Sergio Moro, Rosangela Moro. Segundo informa o gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras, tal medida jamais foi cogitada uma vez que não há razão a sustentar a adoção de tal procedimento”, disse a PGR, em nota.