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Paulo Preto ainda exerce influência na Dersa, dizem procuradoras

Suspeito de ser operador de propinas para o PSDB, engenheiro admitiu em depoimento que obteve informações sobre processo de dentro da estatal

Por Agência Brasil 15 jun 2018, 11h43

Procuradoras da República integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, que investigam desvios de dinheiro público de obras viárias, disseram que o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ainda exerce influência na Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), da qual foi diretor entre 2009 e 2011, em governos do PSDB – ele é suspeito de ter atuado como operador de recursos para a legenda.

“Isso ele próprio fez questão de dizer na primeira audiência de custódia. Que tinha contato com a Dersa até hoje e que ele recebeu, de secretárias lá de dentro da Dersa, a documentação relativa ao processo. Ele próprio fez questão de demonstrar que exerce influência e um domínio sobre todos os fatos”, afirmou a procuradora Anamara Osório Silva, integrante da força-tarefa, conforme divulgou o Ministério Público Federal (MPF).

Nesta quinta-feira, 14, foi realizada uma audiência judicial para depoimento de três testemunhas de acusação no processo em que Paulo Preto e mais quatro pessoas respondem pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. De acordo com informações do MPF, os depoimentos reforçaram os fatos da denúncia.

Paulo Preto é acusado pelo Ministério Público de ter desviado cerca de 7,7 milhões de reais em recursos e imóveis que eram destinados ao reassentamento de pessoas desalojadas para obras viárias em São Paulo. Entre as obras investigadas e apontadas na denúncia estão a construção do trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a nova Marginal Tietê. Segundo a denúncia, o dinheiro foi desviado em proveito próprio e de terceiros. O esquema, de acordo com o MPF, era comandado por Paulo Preto e começou a ser investigado primeiramente pelo Ministério Público estadual, mas como envolvia verbas federais, a investigação foi encaminhada ao Ministério Público Federal.

De acordo com a força-tarefa, o relacionamento do acusado com a Dersa foi um dos motivos para o segundo pedido de prisão, determinado pela Justiça Federal em São Paulo. O ex-diretor já foi preso duas vezes, no entanto, foi liberado após habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

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“Eles tinham ordem da Justiça para retirar as pessoas [de áreas vizinhas a canteiros de obras do Rodoanel]. Eles não só retiraram as pessoas, como pagaram e pagaram um valor muito maior que o que já tinha sido pago para outros invasores. Foram pagos até 10.000 reais em dinheiro”, segundo a procuradora da República Ana Cristina Bandeira Lins, também integrante da força-tarefa. De acordo com o MPF, os depoimentos de hoje confirmaram que as indenizações foram pagas em dinheiro, o que dificulta a fiscalização pelo poder público.

A procuradora regional da República Janice Ascari, da força-tarefa, disse que uma testemunha da empresa Diagonal, contratada pelo consórcio do Rodoanel para tratar do pagamento de indenizações a pessoas removidas pelas obras, alertou superiores sobre as irregularidades e foi repreendida. “Ela recebeu ordem para realizar os pagamentos. Ordens diretas de Paulo Vieira de Souza para a empresa”, disse Ascari.

A defesa de Paulo Vieira de Souza tem declarado que a denúncia do Ministério Público é contrária à conclusão da auditoria e investigações internas da Dersa que inocentaram o ex-diretor de qualquer ato ilícito ou favorecimento a quem quer que seja.

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