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Paes não quer nacionalizar campanha, mas leva Lula para inauguração

Prefeito do Rio participou de entrega de chaves de apartamentos populares, na Zona Oeste da capital fluminense

Por Ludmilla de Lima Atualizado em 1 jul 2024, 15h42 - Publicado em 30 jun 2024, 13h49

Embora a nacionalização da corrida eleitoral no Rio de Janeiro seja algo que Eduardo Paes (PSD) tente evitar, a inauguração de prédios do moradia popular em uma das áreas mais pobres da Zona Oeste da cidade virou palanque para o prefeito da cidade, que teve ao seu lado o presidente Lula.

Durante o ato, com cara de comício e para um público formado por moradores da comunidade, Paes foi chamado pelo petista de “possível melhor gerente de prefeitura do Brasil”. O político carioca repondeu com elogios a Lula, que agora intensifica as viagens pelo Brasil e as idas ao Rio, onde busca ganhar terreno no berço do bolsonarismo.

Em conversas reservadas, Paes já disse a Lula que quer evitar que a polarização nacional afete a disputa no Rio. Fontes ligadas ao prefeito afirmam que há a preocupação com um possível aumento da rejeição entre os eleitores conservadores, caso ceda a vaga de vice ao PT, um desejo da legenda encabeçada pelo presidente.

A intenção de Paes – que se identifica hoje como de centro – é formar uma frente ampla. “Temos que ter uma liderança forte no ninho da serpente do bolsonarismo. Hoje Eduardo é o único apoio que Lula tem no Centro Sul do Brasil. E colocar um vice do PT pode prejudicar, inclusive, o projeto de Lula para 2026 no estado”, diz uma fonte ligada a Paes. Estão na aliança com Paes PT, PC do B, PV, PDT, Avante e Solidariedade.

Área de milícia

O evento ocorreu na Favela do Aço, área controlada pela milícia do Rio. Durante o ato, que marcou a entrega das chaves dos 16 primeiros apartamentos prontos e mobiliados do programa de moradia da prefeitura, Paes afirmou que Lula foi “o cara” que viabilizou diferentes projetos no Rio, como a aquisição de ônibus do BRT e as obras do corredor Transbrasil. “Esse presidente do Brasil já viabilizou R$ 5 bilhões para o Rio. Eu sei que esse homem aqui, o Luiz Inácio Lula da Silva, permite que a gente possa sonhar e fazer coisas grandes para o povo mais pobre”.

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Já Lula, num discurso de 30 minutos, buscou identificação com o público presente. “Eu quero que vocês saibam que não sou pai do pobre: eu sou um de vocês”, repetiu, dizendo que em eleição “todo mundo gosta de pobre, elogia pobre”. Ele reforçou a ajuda financeira à prefeitura e elevou o tom dos elogios a Eduardo Paes. “O Rio de Janeiro é a cara do Brasil. Ou lembram de Ipanema, de Copacabana, do Cristo Redentor, e agora lembram do Dudu”, disse Lula. “Hoje estou aqui porque esse moço fala de milhão, bilhão, e eu digo sempre: quem quiser dinheiro do governo federal não faça discurso, faça projeto”. Lula completou dizendo que “cada real” que chega ao Rio “é aplicado em benefício do trabalhador”.

No palco, além das primeiras damas Janja e Christine Paes, estavam presentes a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o ministro da Defesa, José Múcio, e políticos ligados a Paes, entre eles dois cotados para compor sua chapa de vice: Eduardo Cavaliere e Guilherme Schleder, ex-secretários municipais que se desincompatibilizaram de olho na eleição.

Saia justa

No meio de público, chamava a atenção a presença do vereador Júnior da Lucinha (PSD), filho da deputada estadual Lucinha (PSD), que escapou de ser cassada após decisão de arquivamento do processo que era movido contra ela no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) . Ela foi denunciada pelo Ministério Público por ser suspeita de representar o braço político da milícia comandada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, na Zona Oeste.

Em vários momentos do evento, o público gritava o nome de Júnior, que não foi chamado ao palco das autoridades. Ele chegou a dançar com moradores da Favela do Aço que tiveram acesso à área do evento com o presidente. A área é reduto eleitoral da família. Paes se limitou a citar a presença do vereador.

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O projeto

Cerca de quarto mil pessoas serão beneficiadas pelo projeto numa das áreas mais desprovidas de serviços públicos da Zona Oeste, cuja ocupação tem mais 50 anos e teve início com a criação de casas provisórias (chamadas casas-vagões) para flagelados de uma grande chuva que atingiu o Rio, em 1967.

No total, o conjunto em construção contará com 44 blocos na região, somando 704 unidades residenciais, de 50 metros quadrados cada. Até o fim do ano, 18 prédios estarão concluídos. Paes negou que an agenda fosse “oba-oba de campanha”, pelo pequeno número de apartamentos concluídos, prometendo finalizar um bloco por semana.

As obras do Morar Carioca do Aço começaram no ano passado e incluem ainda a reurbanização da área. Os investimentos chegam a R$ 243 milhões. Desse valor, R$ 45 milhões fazem parte de um financiamento do Governo Federal, através de empréstimo assinado pela Prefeitura do Rio junto ao Banco do Brasil.

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