Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Os desafios de Regina Duarte depois do “sim” ao governo Bolsonaro

A atriz conclui o período de “noivado” e assume a Secretaria da Cultura, esfacelada após um ano de desmandos dos seus antecessores

Por Edoardo Ghirotto, Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2020, 10h12 - Publicado em 31 jan 2020, 06h00

O último capítulo da novela teve final feliz para o governo de Jair Bolsonaro. A atriz Regina Duarte disse “sim” ao presidente e aceitou assumir a Secretaria da Cultura na quarta passada, 29 de janeiro, conforme antecipou a coluna Radar, do site de VEJA. Antes de se comprometer com Bolsonaro, ela se reuniu longamente com a família. A filha Gabriela, também atriz, tinha receio pela escolha da mãe por entender que sua carreira poderia ser prejudicada. “Mas ela tem o direito de ser feliz”, disse Gabriela a um amigo. No fim, Regina decidiu aceitar o cargo por um sentimento divino. “Recebi um chamado”, comentou com os filhos. A atriz sempre se inspirou na religiosidade para tomar decisões e costuma dizer que os santos da Bíblia são seus super-heróis.

A resposta positiva de Regina agradou aos executivos da Rede Globo. A despeito da enorme ficha de serviços prestados à emissora, a direção da empresa estudava fazia tempo uma forma de encerrar o contrato com a atriz, que havia sido posta na geladeira da casa e recebia um salário fixo de 60 000 reais — a quantia dobrava se estivesse no ar. Seu nome chegou a constar na lista de demissões promovidas no fim de 2019, mas ela acabou sendo poupada.

Na ida de Regina para o governo, ainda não ficou claro como ela e Bolsonaro pretendem resolver um passivo constrangedor para ambos. Conforme VEJA revelou em sua última edição, a atriz teve contas de uma peça recusadas pela área técnica do Ministério da Cultura em 2018, devido a irregularidades cometidas no uso da Lei Rouanet. O governo determinou que ela restitua ao Fundo Nacional da Cultura 319 600 reais, mas ainda não pagou a fatura por ter apresentado um recurso à área jurídica. O caso é desconfortável também para o presidente, que fez campanha prometendo acabar com as “mamatas” da Lei Rouanet.

A atriz vai assumir uma secretaria esfacelada. O governo transferiu apenas uma parte do órgão do Ministério da Cidadania para o do Turismo. O setor que administra prestações de contas da Lei Rouanet segue subordinado à pasta da Cidadania, por exemplo. Regina ainda terá de avaliar os funcionários em áreas estratégicas. O ex-secretário Roberto Alvim, demitido por ter gravado um vídeo em que parafraseava um discurso nazista, loteou cargos para a ex-faxineira Geralda Gonçalves, conhecida como Geigê. Ela aparelhou desde a cúpula da secretaria até postos técnicos, com indicação na sensível área de licitações. Será, de longe, o papel mais desafiador que Regina assumirá em toda a sua carreira.

Continua após a publicidade

Edoardo Ghirotto e Hugo Marques

Publicado em VEJA de 5 de fevereiro de 2020, edição nº 2672

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.