Oposição quer denunciar Bolsonaro por novos ataques à urna eletrônica
Grupo político questiona também a legalidade de o encontro ter sido transmitido por uma emissora pública, a TV Brasil, às vésperas das eleições
Lideranças da oposição no Congresso Nacional afirmaram na noite desta segunda-feira, 18, que estudam meios de formalizar uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) após os novos ataques ao sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores de mais de 40 países.
O grupo político questiona também a legalidade de o encontro ter sido transmitido por uma emissora pública, a TV Brasil, às vésperas das eleições.
“Eu e os demais líderes dos partidos da oposição vamos denunciar Bolsonaro pelo crime que cometeu ao chamar embaixadores de outras nações para atacar e desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, que o elegeu, aliás, por 30 anos. E ainda cometeu esse crime usando uma TV pública”, escreveu no Twitter, o líder da minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP).
Eu e os demais líderes dos partidos da Oposição vamos denunciar Bolsonaro pelo crime que cometeu ao chamar embaixadores de outras nações para atacar e desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, que o elegeu, aliás, por 30 anos. E ainda cometeu esse crime usando uma TV pública! pic.twitter.com/tXHyyuTiOJ
— Deputado Alencar Santana – #Lula13 (@AlencarBraga13) July 18, 2022
No discurso de pouco mais de 30 minutos, Bolsonaro falou, principalmente, sobre um inquérito aberto pela PF (Polícia Federal), em 2018, que apurou uma invasão cibernética aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral. Desde que o presidente vazou esse documento em suas redes sociais, no ano passado, o TSE sustenta que o ataque hacker não levou risco à integridade às eleições daquele ano.
“Quando se fala em eleições, vem a nossa cabeça a palavra transparência. E o senhor Barroso e o senhor Fachin começaram a andar pelo mundo me criticando como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É exatamente o contrário o que está acontecendo. O Barroso faz uma palestra nos Estados Unidos chamada ‘como se livrar de um presidente'”, disse Bolsonaro.
O presidente criticou Barroso por dar declarações públicas sobre seu governo e disse que nunca atuou para censurar a mídia ou outros poderes da República. “Lamentável a ação do ministro Barroso pelo mundo. Isso atrapalha o Brasil. Vocês nunca ouviram uma só palavra minha de censurar a mídia, de derrubar a página de alguém que me critique, de prender deputado. Eu nunca mandei prender deputado. Quem prendeu foi outro colega deles, Alexandre de Moraes”, disse Bolsonaro referindo-se à prisão de Daniel Silveira.
Sem provas, o presidente citou como indícios de irregularidades vídeos que surgiram durante as eleições de 2018 com eleitores tendo algum problema ou dificuldade na hora de registrarem seus votos na urna eletrônica. Ele defendeu ainda a participação das Forças Armadas na fiscalização do pleito.
“Temos quase 100 vídeos de pessoas reclamando de que foram votar em mim e voto foi pra outra pessoa. Nós queremos é corrigir falhas, transparência, democracia de verdade. Eu estou sendo acusado o tempo todo por Barroso, Fachin, Alexandre de Moraes como uma pessoa que quer dar o golpe. Estou questionando antes porque temos tempo ainda de resolver esse problema com a própria participação das Forças Armadas que foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”, disse.