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Oposição muda estratégia e pede CPI contra Palocci só no Senado

Oposicionistas perceberam que a coleta de assinaturas para a abertura da comissão seria mais rápida entre os senadores. Das 27 necessárias, 22 já foram coletadas

Por Adriana Caitano e Gabriel Castro
7 jun 2011, 16h58

Os líderes da oposição no Congresso Nacional decidiram concentrar esforços para criar, somente no Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o crescimento patrimonial do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. A proposta inicial era instituir uma comissão mista, com a participação de senadores e deputados. No entanto, com a dificuldade de reunir deputados a favor da ideia, eles decidiram reiniciar, nesta terça-feira, a coleta de assinaturas entre os senadores. Até o momento, 22 das 27 assinaturas exigidas já foram coletadas – as outras cinco devem vir de governistas descontentes com a falta de explicações do ministro.

A busca por apoio para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) começou no dia 24 de maio. Eram necessárias 171 assinaturas na Câmara, das quais foram coletadas 111, e 27 no Senado. Para completar o número regimental entre os deputados, seria preciso convencer governistas dissidentes a baterem de frente com seus partidos. “A pressão do governo para que os deputados se recusem a assinar o requerimento é muito maior, já os senadores são mais independentes”, comenta o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira.

Por isso, a estratégia se voltou para o Senado. Fora os 11 senadores do PSDB, os 4 do DEM e os 2 do PSOL, cinco senadores da base aliada do governo apoiaram a proposta de apurar se houve ou não tráfico de influência por parte de Palocci: Jarbas Vasconcelos (PMDB), Roberto Requião (PMDB), Ana Amélia (PP), Cristovam Buarque (PDT) e Pedro Taques (PDT). Os dois últimos assinaram o requerimento na tarde desta terça. Ana Amélia aderiu na segunda-feira.

A oposição aposta em peemedebistas para completar a lista. Em encontro nesta terça-feira, o G-8, grupo de independentes senadores do PMDB, decidiu esperar a votação do requerimento de convocação de Palocci na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que deve ocorrer nesta quarta-feira. “Há uma movimentação para que ela seja aprovada, mas, se isso não acontecer, boa parte do nosso grupo deve assinar a lista da CPI”, garantiu um dos integrantes do G-8.

Além de Jarbas Vasconcelos, um dos primeiros a assinar o requerimento, fazem parte do grupo de independentes peemedebistas Pedro Simon (RS), Waldemir Moka (MS), Luiz Henrique (SC), Cassildo Maldaner (SC), Vital do Rêgo (PB), Eunício Oliveira (CE) e Eduardo Braga (AM). Casildo Maldaner e Luiz Henrique já têm uma história de ligação oposicionista. O primeiro é o suplente de Raimundo Colombo (DEM), atual governador de Santa Catarina. O segundo coordenou a campanha presidencial do tucano José Serra em Santa Catarina, porém já adiantou seu posicionamento. “Eu voto pela convocação. CPI, não”, disse ao site de VEJA.

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Outros dois senadores governistas são sondados pela oposição para aderirem à CPI: Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Magno Malta (PR-ES). Ferraço é um dos descontentes com o distanciamento entre o ministro da Casa Civil e o Congresso. Antes da crise, o senador pediu audiências com Palocci e nunca obteve resposta. Malta já criticou publicamente a falta de diálogo de Palocci e a presidente Dilma Rousseff com os parlamentares e acredita na fragilidade do governo com a manutenção do ministro. “Se ele não sair, defendo a investigação”, disse o senador ao site de VEJA.

Se algum deles se recusar a apoiar a CPI, a ideia é aguardar o fim da licença médica do senador Itamar Franco, que está em tratamento por causa de uma leucemia recém-descoberta. O provável retorno de Itamar deve ocorrer em duas semanas.

Convocação – Os oposicionistas trabalham ainda em outra frente para garantir que Palocci seja obrigado a dar explicações sobre seu enriquecimento súbito. Na Câmara, há quatro requerimentos de convocação do ministro para serem votados: dois na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, um na de Desenvolvimento Urbano e outro na de Segurança Pública.

Para o líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira, mesmo sem a quantidade de parlamentares suficiente para a aprovação dos requerimentos, há chances de se conquistar uma maioria entre os governistas independentes. “Notamos que cada vez mais a sociedade civil organizada soma-se ao esforço da oposição e dos inconformados com a postura de blindagem do ministro. A Ordem dos Advogados do Brasil, a Força Sindical e outros grupos já demonstraram sua indignação”, destaca.

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