Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Onde estava Garnier durante depoimento de general sobre golpe – veja foto

Segundo a Polícia Federal, ex-comandante da Marinha teria concordado em endossar um golpe de Estado para reverter a vitória de Lula e prender autoridades

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 mar 2024, 09h29

Com o avanço das investigações que apuram o envolvimento da cúpula das Forças Armadas e do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma trama que planejava um golpe de Estado no país, o dia 1º de março poderia ser considerado um divisor de águas para o almirante de esquadra Almir Garnier.

Enredado como um dos principais operadores militares de uma tentativa de anular as últimas eleições presidenciais e impedir a ascensão de Lula, o ex-comandante da Marinha havia sido visto em público em raras oportunidades – apenas um par de vezes no clube frequentado por oficiais navais – e pouco tempo antes dispensara uma espécie de assessoria de crise que, para tentar minimizar o turbilhão de suspeitas que o envolve, o aconselhara a ser visto em situações comezinhas, como um chope com amigos.

Embora houvesse sido orientado a reunir elementos que pudessem se contrapor à acusação de que foi o único comandante militar do governo Bolsonaro a ter concordado com um golpe, Garnier decidiu sair de casa no exato momento em que, a poucos quilômetros dali, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes prestava depoimento à Polícia Federal. O general é considerado peça-chave na investigação do enredo golpista porque participou da reunião, em dezembro de 2022, em que foi discutida uma minuta de decreto que daria suporte jurídico a uma ruptura institucional.

Com roupa de ginástica de um rally náutico antigo, óculos escuros a tiracolo e visivelmente mais magro, naquela sexta-feira, 1º, o almirante não abandonou em nenhum momento o celular enquanto bebericava uma água com gás na mesa central de uma confeitaria a poucos metros de casa. Ora vagava pelo jardim do estabelecimento, ainda falando ao telefone, ora olhava sem maiores atenções a vitrine de petiscos. Pagou a conta da água às 17h16, comprou frios e salgados para viagem e deixou o local em seguida.

Continua após a publicidade

Declarações detalhadas de Freire Gomes à Polícia Federal também eram consideradas relevantes para a investigação porque foi o militar quem informou Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre as palavras que teriam sido ditas por Garnier ao “anuir” com o golpe.

Como o encontro no Palácio da Alvorada estava reservado ao presidente e aos três comandantes das Forças Armadas, Cid não estava presente no momento em que, conforme seu acordo de colaboração com a justiça, disse que o então comandante da Marinha endossou uma virada de mesa nas eleições.

VEJA teve acesso ao trecho da delação de Cid que menciona a reunião. O ex-ajudante de ordens afirma “que o ex-presidente queria pressionar as Forças Armadas para saber o que estavam achando da conjuntura; que queria mostrar a conjuntura do país”. Em seguida, com o colaborador fora da sala, “o ex-presidente apresentou o documento aos generais com o intuito de entender a reação dos comandantes das forças em relação ao seu conteúdo”.

Continua após a publicidade

Delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid detalha reunião golpista

Veja a imagem de Almir Garnier no dia do depoimento do general Freire Gomes.

Ex-comandante da Marinha, Almir Garnier é o militar de mais alta patente acusado de endossar um golpe de Estado

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.