Os moradores do Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, estão acostumados aos holofotes desde pelo menos setembro do ano passado, quando o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) fez da sua casa, no famigerado número 58, o bunker de sua campanha rumo ao Planalto. Desde o começo desta semana, porém, que o depoimento de um porteiro relacionou a maior autoridade do país ao homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes que a rotina no local mudou de vez.
Moradores comentam entre si que a alta exposição do nome do condomínio na imprensa pode contribuir para sua desvalorização. Os imóveis de até 600 m² que custam até 4 milhões de reais, de acordo com sites de vendas na Internet, convivem com os holofotes neste ano desde que foi preso lá, nas casas 65 e 66, foi preso Ronnie Lessa, policial militar reformado acusado de ter feito os disparos que tiraram a vida da vereadora.
Na imagem que viralizou nos grupos de WhatsApp, o Vivendas da Barra se transforma no ‘Vivendas da Barra Pesada’, com o slogan “o lugar é ótimo, o que mata é a vizinhança’. O anúncio falso brinca com a informação de que o porteiro é “atencioso” e que a unidade 66 (de Ronnie Lessa) está disponível, e a casa 58, de Bolsonaro estará livre “em breve”.
VEJA mostrou nesta quinta-feira, 31, que o porteiro que prestou depoimento à polícia vinculando o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao assassinato da vereadora Marielle Franco está de férias e tem previsão de retorno ao trabalho no mês que vem.
Segundo relatos, o porteiro que está no centro do debate que sacode o Brasil nesta semana é um funcionário antigo, com mais de uma década de serviços prestados ao Vivendas da Barra. Ele é tido como alguém “de confiança” e um dos mais velhos em atividade no local.