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O pastor da Bíblia de Bolsonaro

Morre, aos 85 anos, Eugene Peterson

Por Da Redação Atualizado em 30 jul 2020, 20h04 - Publicado em 2 nov 2018, 07h00

Logo depois da vitória nas urnas, Jair Bolsonaro foi ao Facebook para o primeiro pronunciamento como presidente eleito. À direita estava sua mulher, Michelle. À esquerda, a tradutora de libras. Sobre a mesa havia quatro livros: o texto completo da Constituição promulgada em 1988; Memórias da Segunda Guerra Mundial, de Winston Churchill; O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota, de Olavo de Carvalho, e A Mensagem, uma paráfrase da Bíblia assinada pelo pastor americano Eugene Peterson, presbiteriano. Ele fundou uma igreja na pequena cidade de Bel Air, em Maryland, um lugar de apenas 10 000 almas. Tinha imensa influência local, mas deu um salto ex­traor­dinário e internacional com a publicação de A Mensagem, em 2002.

O volume vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo e foi traduzido para vinte idiomas. Destaca-­se pela simplicidade das frases, pelo tom quase laico das expressões, pelo linguajar genuinamente banal. Não demorou para que fosse duramente criticado por teólogos cristãos. Peterson foi na contramão também pela maneira de evangelizar. No avesso do que fizeram os ministros neopentecostais dos Estados Unidos a partir de meados do século XX, que usavam a televisão e o rádio para transmitir seus sermões, ele sempre preferiu o contato mais íntimo e a distribuição de A Mensagem. Para Peterson, em um de seus comentários mais compartilhados, “a cultura americana é provavelmente a menos cristã que já tivemos, porque é materialista e cheia de mentiras, e o mundo da publicidade está entrelaçado com mentiras, apelando para os piores instintos que temos”. Peterson morreu no dia 22, aos 85 anos, de insuficiência cardíaca. Lutava há anos contra a demência senil.


Uma mãe em busca dos filhos

Em 1976, em meio à ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), no Chile, dois filhos e a nora grávida de Ana González foram pegos na rua pelas forças de segurança e desapareceram. Na manhã seguinte, seu marido partiu em busca dos três e também desapareceu. Anita, como era conhecida, jamais os veria. Eles se juntaram à tristíssima lista de mais de 1 000 pessoas sequestradas pelo regime — ditaduras não toleram opositores. Anita entrou, então, para a Associação de Famílias de Detidos Desaparecidos, cujos integrantes, sobretudo mulheres, protestavam, faziam greve de fome e se acorrentavam em frente ao Congresso Nacional, em Santiago, na tentativa de saber o paradeiro dos parentes levados pelo governo. Em 1977, ela viajou a Nova York para discursar na ONU sobre direitos humanos. Mesmo após a redemocratização, em 1990, Anita continuou a buscar informações acerca das vítimas de Pinochet. Morreu no dia 26, aos 93 anos, de causa não revelada. Sem nunca saber o destino dos familiares.


O mafioso informante

De ascendência irlandesa, James “Whitey” Bulger foi um dos mais temidos gângsteres dos EUA. Em Boston, comandou, sobretudo nas décadas de 70 e 80, extorsões, agiotagem e tráfico de drogas. Em paralelo, virou informante do FBI, com o objetivo de livrar-se de dezenove assassinatos. Mas mesmo depois disso continuou na vida bandida. Em dezembro de 1994, a polícia juntou provas de outros homicídios e tentou capturá-lo. O criminoso manteve-se foragido por dezesseis anos. Em 2011, foi preso e condenado à prisão perpétua. Sua história inspirou livros e filmes, como Aliança do Crime (2015), no qual Johnny Depp o interpretou. Bulger foi encontrado morto na terça 30, aos 89 anos, vítima de espancamento na cadeia, provavelmente por encomenda de algum outro mafioso.

Publicado em VEJA de 7 de novembro de 2018, edição nº 2607

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