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O contraditório apoio recebido por Paes para a eleição no Rio

Prefeito terá a benção do presidente estadual do Republicanos; o partido, no entanto, deve compor a coligação de Alexandre Ramagem, rival na disputa

Por Lucas Mathias Atualizado em 15 jul 2024, 18h58 - Publicado em 15 jul 2024, 18h56

O presidente estadual do Republicanos no Rio, Waguinho Carneiro, declarou na última semana apoio ao prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD) — que vai tentar a reeleição neste ano. O partido, porém, estará formalmente no lado oposto da disputa: deve compor a coligação de Alexandre Ramagem (PL), aposta bolsonarista para o reduto do ex-presidente, ao menos até o momento. A contradição expõe a divisão interna no diretório da legenda, que tem como um dos caciques o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. 

O anúncio foi feito por Waguinho em seu perfil no Instagram. Ele definiu que irá apoiar Paes como “pessoa física”, apesar de sua posição institucional na sigla. O movimento representa um endosso e uma mostra de confiança ao prefeito do Rio, já que a base eleitoral de Waguinho é na cidade de Belford Roxo, município da Baixada Fluminense onde governa em segundo mandato. 

“Acredito que um bom prefeito é o que cuida das pessoas, é humano e trabalha para transformar a cidade e mudar a vida de todos para melhor. Por isso, apoio e apoiarei a reeleição do Eduardo Paes. O que está dando certo não pode parar. O povo não pode perder”, escreveu, em foto publicada com o aliado. 

Como pano de fundo, está a corrida eleitoral de 2026. Paes planeja ser candidato a governador, e Waguinho não esconde a intenção de participar de uma composição em sua chapa. O cenário seria favorável ao presidente Lula, que também busca construir um palanque forte para disputar a reeleição ao Palácio do Planalto daqui a dois anos. Soma-se a isso a boa relação que os dois já têm, além do elo que a aliança com o presidente estabelece. 

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Idas e vindas

Na base do governo de Paes até o início deste ano, o Republicanos chegou a ter três secretarias municipais sob seu comando e ensaiou apoio formal ao prefeito. Mas desembarcou do projeto depois de ver seus pleitos por espaço e poder não serem atendidos. O rompimento, encabeçado por Eduardo Cunha, criou um problema que, de acordo com aliados de Paes, dificilmente será resolvido. O ex-presidente da Câmara é quem tem mais influência nas decisões da cidade do Rio, enquanto Waguinho tem mais poder na Baixada e no interior do estado. 

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Em seguida, o partido cogitou lançar candidatura própria, mas foi convencido pela pré-campanha de Ramagem a caminhar ao seu lado, contribuindo com recursos e tempo de TV. A aproximação teve papel importante desempenhado pela filha de Cunha, a deputada federal Danielle Cunha. Também nas redes sociais, ela postou nos últimos dias registro ao lado de pré-candidato bolsonarista. “O prefeito do povo de Deus. O prefeito da Direita. O futuro prefeito do Rio de Janeiro!”, escreveu. Há ainda a possibilidade de o Republicanos indicar o vice na chapa de Ramagem, o que segue indefinido. 

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Na prática…

Intrinsecamente ligado à Igreja Universal, o Republicanos terá sua ala de expoentes evangélicos — entre vereadores e deputados, além de candidatos sem cargo, por exemplo — mais afeitos a pedirem voto para Eduardo Paes, de forma extraoficial.

Isso aconteceu depois que, de maneira estratégica, o prefeito filiou ao PSD um dos líderes políticos da congregação, Deangeles Percy, que terá autonomia e vai concorrer a vereador na cidade do Rio. Mesmo um dos grandes adversários do alcaide no passado, o deputado federal Marcelo Crivella, já declarou que não vai atacá-lo durante o pleito. 

Esse, contudo, não é o único apoio contraditório no entorno do prefeito do Rio. Nas últimas semanas, ele também recebeu a benção do deputado federal Otoni de Paula, que ajudará a coordenar sua campanha com foco no eleitorado evangélico. O parlamentar é filiado ao MDB que, no papel, deve compor a coligação de Ramagem, seguindo o desejo de seu mandatário estadual, Washington Reis.

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