O cálculo de Lira sobre armamentistas depois dos atos de 8 de janeiro
Deputado contabilizou 60 parlamentares ligados a CACs e fez levantamento chegar ao governo para avaliação do cenário pós 8 de janeiro

O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) fez chegar nos últimos dias ao governo uma avaliação do que seria o “poder real” de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso. Segundo relatado a integrantes do Executivo responsáveis por debelar a crise desencadeada após simpatizantes do ex-capitão terem destruído as sedes dos três poderes, em Brasília, Lira contabilizou 60 deputados federais ligados à categoria dos colecionadores, atiradores e caçadores (CACs). Na avaliação deles, isso demonstraria o tamanho do problema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois do quebra-quebra do dia 8 de janeiro.
Conforme mostrou VEJA, apenas entre os candidatos apoiados pelo Proarmas, o maior grupo armamentista do país, foram eleitos ou reeleitos pelo menos 23 deputados e senadores, entre os quais bolsonaristas de proa como o fundador da entidade, o advogado Marcos Pollon, o ex-secretário de Cultura Mario Frias, o senador Magno Malta e a presidente do PL-DF Bia Kicis.
Na esteira dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, o desafio do governo é conseguir individualizar a conduta de cada responsável pelas invasões na Praça dos Três Poderes. Este, aliás, foi o principal pedido do presidente Lula em uma reunião com o interventor federal Ricardo Cappelli na segunda-feira, 16, quando se atualizou sobre o andamento das investigações e refutou a hipótese de os atos de vandalismo poderem ser enquadrados como mera arruaça. Outro gargalo para as investigações é identificar a linha completa de copartícipes – dos mentores e financiadores aos destruidores do patrimônio público.