Pela segunda vez em nove dias, o governo do estado nomeou para chefiar o Metrô paulista um executivo condenado em primeira instância por improbidade administrativa. O nome do engenheiro Peter Walker, atual secretário-adjunto dos Transportes Metropolitanos, foi anunciado nesta sexta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Sua condenação foi em 2010, mas o recurso ainda está em andamento.
O engenheiro entra em substituição a José Kalil Neto, ex-diretor de Finanças do Metrô, indicado ao posto na quarta-feira da semana passada. No dia seguinte, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de que Kalil Neto tinha sido condenado em primeira instância por improbidade administrativa, o governo recuou da nomeação.
O novo presidente, por sua vez, sentou-se no bando dos réus após uma jornada à frente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa), empresa responsável pelos serviços de água e esgoto na cidade de Campinas, interior de São Paulo. O Ministério Público Estadual acusou Walker e outros dezessete executivos de terem contratado servidores de forma irregular entre 1988 e 1996.
Pela sentença de 2010, o engenheiro foi condenado à perda de direitos políticos por três anos e, pelo mesmo período, proibido de manter contratos com o poder público. Além disso, o juiz Mauro Iuji Fukumoto, da primeira Vara da Fazenda Pública de Campinas, determinou pagamento de multa equivalente a dez vezes seu salário como presidente da Sanasa. Walker apelou contra a decisão e, como o processo ainda corre na Justiça, não teve de cumprir as penalidades.
(Com Agência Estado)