O publicitário Nizan Guanaes, co-fundador do Grupo ABC, conglomerado de empresas de publicidade e marketing, justificou hoje ao juiz Sergio Moro o motivo de ter contratado a JD Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Nos extratos em poder dos investigadores da Operação Lava Jato, que suspeitam que Dirceu tenha forjado serviços de consultoria para receber propina, aparecem a YPY Participações, a ABCDEFGHI Participações e a 24/7 Inteligência Digital, todas de Guanaes, e o pagamento de 1,1 milhão de reais à JD. Disse Nizan: “Num país onde a presença do Estado é tão maciça, você precisa ter um entendimento das ações do governo que podem ter impacto na sua área. A presença desse Estado obeso acaba criando problemas porque ele está em todo lugar e você precisa ter informações sobre ele”. Segundo o publicitário, arrolado como testemunha de defesa de Dirceu, o petista atuava como “consultor na área de cenário”. “Era uma coisa de visão, para que país se expandir na América Latina, qual a eleição importante, quais as regiões do Brasil para investir – a gente queria regionalizar a empresa”, resumiu. (Laryssa Borges, de Brasília)