O volume de água no Sistema Cantareira não para de cair e atingiu nesta quarta-feira 18,2% de sua capacidade. O sistema é responsável pelo abastecimento de água da capital paulista e outros 10 municípios da Grande São Paulo. Mesmo com as chuvas frequentes desde a última sexta-feira, volume de água não foi suficiente para elevar o nível das represas. Permaneceu inalterado em 18,5% por dois dias, domingo e segunda-feira, mas desde então o índice já baixou 0,3%.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na terça-feira, em visita a um conjunto habitacional em Carapicuíba, que a leve diminuição na queda do nível mostra sinais de estabilidade. Alckmin descartou “totalmente” o racionamento de água no Estado. Um dia depois, no entanto, os números voltaram a cair.
Leia mais:
Reservatório que abastece São Paulo atinge pior nível na década
Termelétricas aumentam 48% sua geração de energia em 2013
Sabesp estuda realizar operação histórica para garantir água em SP
Medidas para tentar frear o desabastecimento das represas do Sistema Cantareira têm sido adotadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Uma delas é a contratação de uma empresa, ModClima, especializada em “fazer chover”. No entanto, após cinco tentativas, só ocorreram duas precipitações sem impacto na elevação do nível de água represada.
A Sabesp anunciou a concessão de um desconto de 30% na conta de água para quem reduzir o consumo. O benefício é oferecido apenas às pessoas que tiverem uma diminuição do gasto de pelo menos 20% em relação à média do ano anterior. Segundo a empresa, o projeto visa o consumo consciente de água pela população. Em linhas gerais, a medida serve para diminuir o consumo no lugar de recorrer ao racionamento de água.
Desperdício – Segundo dados de um relatório técnico divulgado neste mês pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), que fiscaliza a Sabesp, a empresa de saneamento desperdiçou 32% da água a ser distribuída em 2013. O volume anual de água perdida aumentou em 85,7 bilhões de litros em vez de diminuir. A quantidade é suficiente para abastecer uma cidade com mais de 1,1 milhão de habitantes, como Campinas. A meta, contudo, era reduzir esse índice para 30,6%, ante os 30,7% de 2011.