Durante sua visita à Unidade de Contra-Terrorismo da Polícia israelense, em Jerusalém, Jair Bolsonaro pediu para realizar um exercício de tiro ao alvo. O presidente fez sete disparos e acertou todos.
Ao comentar a visita ao centro, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que a cena “foi incrível”. “Realmente, não fiquem na frente do presidente”, brincou nesta terça-feira, 2. “Ele acertou as sete bolas que estavam lá preparadas e não errou nenhum tiro.”
Bolsonaro foi convidado para conhecer a unidade na segunda-feira 1. O líder brasileiro assistiu a demonstrações sobre as técnicas da polícia israelense em campo, entre elas como dominar um ônibus controlado por bandidos e saltar de helicópteros.
Em postagem no Instagram sobre a visita e o exercício de tiros, o presidente aproveitou para defender a legalização do porte de armas no Brasil. “O que torna uma arma nociva depende 100% das intenções de quem a possui”, escreveu.
Relações com países árabes
Em entrevista a jornalistas em Jerusalém, o porta-voz da Presidência também afirmou que Bolsonaro está pronto para receber diplomatas de países árabes no Brasil para discutir questões regionais.
“Estamos preparados para receber diplomatas dos países árabes e do entorno, inclusive porque nós temos relações de comércio que são muito intensas”, afirmou, ressaltando que o Oriente Médio é pauta prioritária para o governo brasileiro em termos de comércio exterior.
No último domingo 31, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório para a promoção do comércio, tecnologia e ciência em Jerusalém e foi imediatamente criticado pelo governo da Palestina. A instalação do organismo foi considerada um primeiro gesto para o reconhecimento da cidade como capital de Israel.
A questão é sensível não apenas para os palestinos, como para todos os países árabes e muçulmanos, e para os que acreditam na solução de dois Estados.
Rêgo Barros também tratou da visita de Bolsonaro ao Muro das Lamentações, na qual o presidente foi acompanhado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O brasileiro foi o primeiro chefe de Estado a ser acompanhado pelo premiê ao local.
“Não há qualquer aspecto político envolvido naquela ida do nosso presidente com o rabino e com o primeiro-ministro”, afirmou, dizendo que os motivos da visita foram apenas “religiosos e emocionais”.
O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa reconhecer a soberania do país sobre a região, em detrimento dos palestinos.