MP inicia escolha de novo procurador-geral da República
Associação Nacional dos Procuradores da República recebe inscrições para sucessor de Rodrigo Janot, pressionado após a Operação Lava Jato
Começa oficialmente nesta semana o processo para escolher o sucessor de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República. As inscrições terão início na sexta-feira, quando a Associação Nacional dos Procuradores da República abre edital para os interessados na disputa pela chefia do Ministério Público. Janot pode ser indicado mais uma vez ao cargo.
Além de Janot, são esperados como candidatos os procuradores Raquel Dodge, Mário Bonsaglia e Carlos Frederico. O nome do procurador Nicolao Dino, aliado de Janot, chegou a ser cogitado, mas ainda não se sabe se ele oficializará a candidatura justamente pela proximidade com o atual procurador-geral da República.
A votação que definirá a lista do Ministério Público vai ocorrer em 15 de agosto. O mandato de Janot termina no dia 17 de setembro. Embora não seja uma exigência, a associação costuma enviar os três nomes mais votados para a Presidência da República, que indica o escolhido ao Senado.
Na lista do petrolão, Renan articula contra reeleição de Janot
Se apresentar seu nome à associação e for o indicado, Janot deverá enfrentar clima hostil no Senado, que aprova a indicação para o posto. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos investigados pela Operação Lava Jato, tem tecido críticas ao pedido de apuração, no qual foi incluído, feito por Janot ao Supremo Tribunal Federal. Janot também enfrenta uma ofensiva política do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Disputas pelo controle da Lava Jato ainda geraram rusgas entre Janot e a Polícia Federal.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também investigado na Lava Jato, diz, porém, que a Casa não iria rejeitar o nome de Janot. “A leitura que seria feita pela sociedade é de que essa rejeição teria se dado por ele estar processando parlamentares”, afirma o petista.
Para o presidente da associação, José Robalinho, apesar da disputa interna, não há clima de rivalidade: “Não vejo nenhuma ofensa ao doutor Rodrigo nem quebra da união que a carreira tem hoje em torno dele e do trabalho que ele está fazendo na Lava Jato, e isso é unânime”, afirma.
(Com Estadão Conteúdo)