O presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), minimizou nesta segunda-feira, 1º, a possibilidade de a Autoridade Palestina convocar seu embaixador no Brasil, Ibrahim Zeben, para voltar ao país e prestar esclarecimentos. Em diplomacia, o gesto é uma forma de manifestar desagrado a outra nação e também indicação de atrito.
“Chamar para consultas é: ele vai lá, bate um papo e volta”, comentou Mourão.
O presidente em exercício argumentou que a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de inaugurar um escritório comercial em Israel, com sede em Jerusalém, não muda a visão diplomática brasileira de defender a solução de dois Estados na região em convívio pacífico e com fonteiras definidas. Trata-se da posição tradicionalmente defendida pelo Brasil desde 1947.
Em entrevista a jornalistas, o vice-presidente afirmou não ver “nada demais” na decisão brasileira de ter o escritório de comércio na cidade, reivindicada por Israel como a sua capital. Mourão, no entanto, admitiu que pode ser um “passo intermediário” na ideia inicial de Bolsonaro, que era seguir os Estados Unidos e também transferir para Jerusalém a embaixada brasileira, atualmente em Tel-Aviv.
“Eu não vejo também nada demais. É algo que não tem nada a ver com a diplomacia. Podemos até considerar algo como um passo intermediário naquela ideia inicial do presidente de mudar a embaixada”, argumentou.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, o general Otávio do Rêgo Barros, o escritório não terá caráter diplomático e não será ligado à embaixada. Ainda assim, a Autoridade Palestina deu sinal de que pode convocar Zeben, o que ainda não aconteceu oficialmente.
(Com Reuters)