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FHC, Haddad, Doria, Deltan: o que eles acham de Moro no governo Bolsonaro

Para petistas, aceitação de convite para ser ministro comprova que o juiz da Lava Jato agiu politicamente contra Lula; FHC diz que preferia vê-lo no STF

Por Da Redação Atualizado em 19 mar 2021, 00h25 - Publicado em 1 nov 2018, 14h40
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  • O juiz federal Sergio Moro aceitou, na manhã desta quinta-feira, 1º, o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para ser o ministro da Justiça e da Segurança Pública em seu governo. Com o sinal positivo, o magistrado se afastará imediatamente dos processos relacionados à Operação Lava Jato, entre eles os relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Veja abaixo a repercussão sobre sua decisão.

    Marcelo Bretas

    O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, desejou sucesso ao “colega e amigo” e exaltou sua “competência profissional e dignidade pessoal” para exercer as maiores funções da República. 

    Deltan Dallagnol

    Procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol afirmou que “Moro poderá impactar ainda órgãos muito importantes para o controle da corrupção, como a Polícia Federal, a CGU e o COAF, ampliando sua influência positiva dos casos em Curitiba para todo o país”. 

    Dallagnol negou, ainda, que o juiz federal tenha aspirações políticas. Se “Moro tivesse aspiração política, ele poderia ter se tornado presidente ou senador nas últimas eleições com alta probabilidade de êxito. Mentiras como essa serão repetidas, mas não vão abalar a LJ, em que atuam não só um juiz, mas 14 da primeira à última instância”. 

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    Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

    Em nota, a AMB desejou êxito ao juiz federal e colocou-se “à disposição para contribuir com os projetos em prol do avanço democrático do Brasil”. A associação disse, ainda, que o “juiz Sergio Moro sempre exerceu a magistratura com zelo e dedicação, sendo considerado por todos um juiz exemplar e respeitado” e que sua escolha para o Ministério da Justiça é “um reconhecimento à magistratura brasileira”. “O trabalho desenvolvido pelo magistrado, ao longo de sua vida e especialmente nos casos envolvendo a Lava Jato é irretocável e não se macula pelo novo caminho escolhido por ele, que deixará os quadros da magistratura para trabalhar em prol do Brasil no Poder Executivo, assumindo as relevantes funções de ministro da Justiça e Segurança Pública”, acrescentou a AMB. 

    Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)

    O presidente da Ajufe, Fernando Mendes, cumprimentou Moro e o desejou sorte nas novas funções. “Moro sempre foi um juiz federal exemplar e que muito contribuiu para o fortalecimento da Justiça Federal”, disse, em nota. “A Ajufe trabalha, e continuará trabalhando, pela construção de uma agenda positiva com vistas ao aperfeiçoamento e à efetividade do sistema brasileiro de Justiça”, acrescentou.

    Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF)

    O presidente da ADPF, delegado Edvandir Paiva, disse, em entrevista ao portal UOL, que, como ministro, Moro fará “mudanças e reformas necessárias para preparar o país para os próximos anos, para fazer combate à corrupção de maneira sustentável”. À frente do superministério da Justiça e da Segurança, o juiz federal também coordenará a Controladoria-Geral da União (CGU), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. 

    Luiz Fux

    O ministro do STF Luiz Fux disse que Moro é um “excelente nome” para a pasta. Para Fux, o juiz federal “imprimirá no Ministério da Justiça a sua marca indelével no combate à corrupção e na manutenção da higidez das nossas instituições democráticas, prestigiando a independência da PF (Polícia Federal) , MP (Ministério Público) e Judiciário”. Fux disse, ainda, que, se a sociedade brasileira fosse consultada, escolheria o magistrado para o ministério. “É um juiz símbolo da probidade e da competência. Escolha por genuína meritocracia”, acrescentou.

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    Marco Aurélio Mello

    O ministro do STF Marco Aurélio Mello disse que a decisão de Moro de aceitar o convite de Bolsonaro não abre brecha para questionamentos sobre as decisões do juiz. “Temos que separar as coisas. Não dá para confundir o período anterior com o atual”, afirmou.

    Raul Jungmann

    O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que telefonou para o juiz para parabenizá-lo e que considera “um ganho” tê-lo no Executivo. Segundo ele, Moro “tem toda a autoridade e legitimidade para ser ministro da Justiça”. “Estamos dispostos a dar o máximo de informação sobre tudo o que ele necessitar e para que ele tenha um ótimo desempenho, que é o que desejamos. Vou ajudar no que puder”, acrescentou. 

    Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

    O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que Moro “é um juiz ativista político e agora ele assumiu o lado ativista político”. “Ele envergonha o poder Judiciário”, acrescentou o advogado, que defende 17 pessoas em processos da Operação Lava Jato.

    Luiz Inácio Lula da Silva

    A conta oficial do ex-presidente Lula, que foi condenado por Moro, afirmou, por meio de nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que o juiz empreendeu “uma intensa perseguição política por meio do abuso e do mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos” contra o petista.

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    Fernando Henrique Cardoso

    O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso disse que Sergio Moro é um “homem sério”, mas que preferia vê-lo no Supremo Tribunal Federal (STF). Afirmou, ainda, que torce “pelo melhor”.

    Fernando Haddad

    O ex-candidato do PT Fernando Haddad, derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno, disse que o “significado da indicação de Sergio Moro para ministro da Justiça só será compreendido pela mídia e fóruns internacionais”.

    Manuela D’Ávila

    Vice na chapa presidencial de Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB) disse que “ao aceitar o convite para ser ministro da Justiça, o juiz decide tirar a toga para fazer política”. 

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    Gleisi Hoffmann

    A presidente do PT Gleisi Hoffmann disse que Moro foi decisivo para a eleição de Bolsonaro “ao impedir Lula de concorrer”. A senadora criticou a “politização” do juiz federal e citou o episódio em que ele “grampeou a presidenta da República (Dilma Rousseff) e vazou para a imprensa”. Em outra publicação, ironizou a sinalização positiva de Moro. “Viva juízes isentos como Moro e presidentes democráticos como Bolsonaro!”, disse. 

    Dilma Rousseff

    A ex-presidente Dilma Rousseff criticou a decisão de Moro, em sua conta no Twitter. “Agora, o juiz Moro anuncia que largará a magistratura para ser ministro do governo que viabilizou a eleição com suas decisões”, disse. 

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    Paulo Pimenta

    Deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta disse, em suas redes sociais, que “agora fica mais fácil de entender a implacável perseguição da Lava Jato” contra o ex-presidente Lula, preso em Curitiba.

    Lindbergh Farias

    O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que tentou reeleição no Rio de Janeiro e foi derrotado por Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD) nestas eleições, classificou o episódio como “descarado”. “Depois de interferir no processo eleitoral, vira ministro do candidato beneficiado por ele. Em qualquer lugar do planeta isso seria um escândalo”, disse.

    João Doria

    Governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, em suas redes sociais, que “ter o juiz Moro como ministro da Justiça e Segurança Publica dignifica ainda mais o governo Bolsonaro e sinaliza um novo caminho de transparência e verdade na política brasileira”. 

    Doria Moro
    (Reprodução/Reprodução)

    (Com Estadão Conteúdo)

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